
Herlander Zola acaba de ser nomeado o novo COO e presidente da Stellantis América do Sul em um momento estratégico para a montadora na região.
O executivo era vice-presidente sênior de marcas como Fiat e Jeep. Agora, vai liderar a empresa com a saída de Emanuele Cappellano, que assumirá o comando da Stellantis em certas regiões da Europa.
Zola, que é o primeiro brasileiro a comandar a Stellantis na América do Sul, terá importantes missões em seu novo cargo. Automotive Business lista cinco desafios que Zola terá em sua gestão.
1) Estreia da Leapmotor no Brasil
A Leapmotor estreia em novembro no Brasil após quase um ano de preparação. O novo COO precisa garantir o sucesso da marca chinesa no mercado brasileiro e no Chile. Os dois países serão os primeiros onde a Leapmotor venderá carros na América do Sul.
A marca chegará em meio a um momento de transformações na eletrificação. O segmento vive um domínio de outras empresas chinesas, como GWM e BYD, e acompanha a chegada de novatas como Omoda Jaecoo, Geely e GAC.
A fabricante acredita que a expertise de quem atua no mercado brasileiro há quase 50 anos poderá fazer a diferença para a marca. Tanto é que a marca debuta com uma rede de 36 concessionárias e todo o suporte da Stellantis, que cuida das operações da Leapmotor em todos os mercados fora da China.
2) Dar continuidade ao investimento bilionário
O novo COO e presidente da Stellantis América do Sul vai administrar o investimento de R$ 32 bilhões anunciado para a América do Sul. Quase todo o montante (R$ 30 bilhões) será destinado à operação brasileira entre 2025 e 2030.
Durante o anúncio do investimento, o então CEO global da Stellantis, Carlos Tavares, revelou que o investimento financiará a produção de novos modelos, sobretudo aqueles que vão receber as plataformas eletrificadas apresentadas pela montadora em Betim (MG) em 2024.
3) Produção de novos modelos nas fábricas da Stellantis
A liderança do novo presidente da Stellantis precisará administrar o início da produção de, pelo menos, dois modelos já confirmados. O Jeep Avenger será fabricado em Porto Real (RJ) a partir de 2026 e uma nova marca começará a fazer carros no Polo Automotivo de Goiana, em Pernambuco.
O Avenger é um SUV compacto menor que o Renegade. A escolha por Porto Real se deu porque o projeto do novo Jeep usa a plataforma modular CMP, que hoje serve aos Citroën C3, Aircross e Basaltproduzidos no complexo fluminense.
Quanto à fábrica de Goiana, a Stellantis já confirmou que uma quarta marca produzirá carros por lá. A Leapmotor surge como forte candidata para se juntar à Jeep, Fiat e Ram no complexo fabril. Isso, porém, não deve acontecer antes de 2026.
4) Manter liderança da Fiat no Brasil
A Fiat deve fechar mais um ano como líder de vendas no Brasil. De janeiro a setembro de 2025, a marca acumula 384.628 emplacamentos de automóveis de passeio e comerciais leves. Com isso, detém 21,28% de participação de mercado.
Zola precisará manter o bom resultado da marca italiana, que hoje puxa as vendas da Stellantis no Brasil. Mas vamos ser justos: outras marcas do grupo também vão bem, obrigado. Ram e Jeep contribuem para que a operação brasileira seja uma das mais importantes para a Stellantis no mundo.
5) Realizar os cinco lançamentos da Fiat até 2030
A manutenção da liderança da Fiat passa muito pela promessa de lançar cinco modelos até 2030.
A tendência é que a marca apresente uma novidade por ano, sendo que a primeira deve ser o Grande Panda, já em 2026. Faz alguns meses que o compacto roda em testes pelo Brasil e o compacto (que pode ter outro nome por aqui) substituirá Mobi e Argo de uma vez só.
Quanto aos outros lançamentos, a Fiat deve apresentar as novas gerações de Strada, Toro e Fastback. A quinta novidade pode ser um inédito SUV.