A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) participou, nesta quinta-feira (4), da abertura da Conferência Internacional CAU 2025, que acontece até sábado (6), no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, em Brasília. Com o tema “Arquitetura e Urbanismo para Todos”, o encontro reúne profissionais do Brasil e de cerca de 20 países para debater neuroarquitetura, moradia, patrimônio, crise climática, acessibilidade e inovação tecnológica. A programação prevê mais de 120 palestrantes e inclui painéis estratégicos, oficinas e debates preparatórios para a COP30.
Durante a cerimônia de abertura, o presidente da CBIC, Renato Correia, destacou a relevância da parceria entre arquitetura e engenharia e o papel estratégico da construção para o futuro sustentável do país. “A engenharia e a arquitetura caminham juntas, fazendo do setor da construção um dos mais importantes segmentos da indústria brasileira. A programação dessa conferência internacional carrega um tema de grande relevância para o futuro, trazendo a pauta de sustentabilidade com foco na realização da COP30, em novembro, como uma de seus temas. Esse é um debate oportuno, especialmente quando consideramos os avanços que o setor da construção já produziu, os desafios e o grande potencial que nossa indústria tem de contribuir para que o Brasil seja protagonista nessa agenda”, afirmou.
Correia ressaltou ainda que o setor emprega mais de três milhões de trabalhadores formais, impacta 94 segmentos da economia e deverá investir cerca de R$ 680 bilhões em habitação e infraestrutura em 2025, consolidando uma nova mentalidade em que a sustentabilidade é parte central dos negócios.
A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), enfatizou o simbolismo de Brasília como palco do encontro. “Somos a única cidade moderna do mundo tombada, um verdadeiro museu a céu aberto, e temos a responsabilidade de debater aqui o futuro da arquitetura e do urbanismo”, afirmou.
A presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), Patrícia Sarquis, anfitriã da conferência, reforçou a relevância da categoria para o desenvolvimento urbano inclusivo e sustentável. “Arquitetura e urbanismo determinam o rumo das nossas cidades e a qualidade de vida das pessoas que nelas vivem. Este evento é um marco para afirmar o protagonismo dos arquitetos no Brasil e no mundo”, declarou.
Da Índia, o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores e presidente da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30), embaixador André Aranha Corrêa do Lago, enviou mensagem de boas-vindas, reforçando a dimensão global do debate. Também presente, o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Leandro Grass, destacou a necessidade de alinhar a arquitetura a políticas de cidadania e inclusão social: “A dignidade humana deve estar no centro das nossas ações. Arquitetura e urbanismo só fazem sentido se forem para as pessoas”, disse.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) ressaltou o caráter artístico e científico da arquitetura e defendeu cidades funcionais e lúdicas, centradas nas pessoas. “Uma cidade deve ser funcional, mas também lúdica, com centralidade nas pessoas”, afirmou.
O secretário de Turismo do DF, Cristiano Nogueira Araújo, destacou que o evento bateu recorde de público, com mais de quatro mil inscritos, e reforçou o papel de Brasília como referência internacional em urbanismo.
Representantes de entidades do setor marcaram presença na solenidade. Maria Rita Amoroso, do Fórum Internacional do Patrimônio Arquitetônico Brasil-Portugal, enfatizou a importância do debate sobre o patrimônio edificado e cultural. Alessandro Filla Rosanelli, presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas e coordenador do Colegiado de Entidades Nacionais de Arquitetura e Urbanismo, destacou a colaboração entre instituições e a necessidade de novos modelos de planejamento urbano. Camila Moreno, presidente do CAU/SP e coordenadora do Fórum de Presidentes Estaduais, saudou os colegas de todo o país e reforçou a diversidade da arquitetura brasileira. Já o presidente do Sinaenco, Russell Rudolf Ludwig, defendeu a valorização de arquitetos e engenheiros e a recuperação do protagonismo da profissão: “Nós perdemos esse protagonismo e nada é melhor do que estar aqui em Brasília, diante de um monumento a céu aberto, para ver o que fomos capazes de fazer no passado e a capacidade que temos de construir o futuro”, afirmou.
Também participou da abertura Patryck Carvalho, consultor da vice-presidência de Habitação da Caixa Econômica Federal, que representou a vice-presidente de Habitação, Inês Magalhães. Ele reafirmou o compromisso da instituição com o desenvolvimento urbano sustentável, destacando que o relançamento do programa Minha Casa Minha Vida incorporou critérios urbanísticos mais modernos e sustentáveis, em alinhamento com os objetivos da COP30.