
Uma multinacional com unidade no Rio Grande do Sul segue exportando normalmente para os Estados Unidos mesmo com tarifa de 50%. Na quinta-feira (4), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) apontou que as exportações gaúchas aos EUA caíram 18,6% em agosto, comparadas ao mesmo mês de 2024. Como evidencia essa queda, é uma situação rara.
Indústria de máquinas de origem alemã, a Stihl produz cilindros em sua fábrica de São Leopoldo que vão para para 162 países, separados ou dentro de equipamentos. Essas peças essenciais para o funcionamento de máquinas e equipamentos são os únicos itens exportados diretamente aos EUA da unidade gaúcha.
— Embora seja uma peça importante, a alma do equipamento, no custo do produto final, lá nos EUA, tem impacto de 3% no preço final — afirma Claudio Guenther, presidente da Stihl Brasil.
Além do baixo impacto no custo final dos equipamentos que vai compor, os cilindros da Stihl tiveram outra ajuda na continuidade dos embarques. A unidade do Brasil não exporta de forma direta a pontos de venda americanos, mas para a Stihl Inc., outro negócio na multinacional nos EUA.
Embora esteja tentando evitar que a alíquota continue em vigor, Guenther avalia que essas vendas serão mantidas graças ao baixo impacto no custo. Conforme o executivo, a Stihl costumava ter sua produção nacional dividida entre 50% de vendas no Brasil e 50% para exportação. Agora, está com 40% no mercado doméstico e 60% para o Exterior.
— Diversificar sempre foi uma estratégia nossa — reforça Guenther, que estima alta de 25% no faturamento no Brasil em 2025, para alcançar R$ 4 bilhões.