Empresas norte-americana e brasileira se unem para ampliar uso do hidrogênio verde

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A norte-americana Plug Power e a brasileira GH2 Global firmaram uma parceria estratégica para acelerar a adoção de tecnologias movidas a hidrogênio no manuseio de materiais no Brasil.

O foco inicial é a conversão de empilhadeiras e outros equipamentos de movimentação logística. Juntas, as empresas vão oferecer soluções que substituem não apenas a propulsão por baterias de chumbo ácido, mas também combustíveis convencionais, como diesel, GNL e gás natural, por sistemas de células a combustível de hidrogênio de emissão zero.

“É uma solução turnkey. Avaliamos a demanda do cliente e entregamos a solução integrada”, disse à BNamericas Markus Lehmann, diretor comercial da GH2 Global.

A colaboração combina o portfólio de tecnologias de hidrogênio da Plug Power – incluindo células a combustível e infraestrutura de abastecimento – com o conhecimento de mercado da GH2, sua experiência em desenvolvimento de projetos e capacidade de integração nos setores logístico, industrial e de transporte pesado no Brasil.

Com mais de 70.000 unidades de empilhadeiras movidas a hidrogênio em operação no mundo, a Plug Power acumula experiência com clientes como Walmart, Amazon e Home Depot.

No Chile, a tecnologia já foi implementada há quatro anos no Walmart, e agora o objetivo é expandi-la para outros centros de distribuição.

“Só o Walmart realiza mais de 18.000 reabastecimentos por dia, consumindo quase 20t de hidrogênio”, destacou Jaime Guerrero, general manager da IEE Ingeniería, responsável pelo ativo da Plug Power no Walmart no Chile, também em entrevista à BNamericas.

Ele afirmou que o Brasil é estratégico: “É outro continente na América, enorme. Queremos reduzir as emissões de CO2 no país e esta é uma das nossas contribuições”.

A GH2 e a Plug Power já estudam ativos industriais no Brasil para iniciar projetos-piloto. Segundo Lehmann, os primeiros testes estão em curso no Rio Grande do Sul e em São Paulo, mas há interesse também em oportunidades no Nordeste e Centro-Oeste.

“Hoje, tem muito potencial para essa tecnologia ser implementada. É preciso apenas que o mercado conheça essa possibilidade”, disse.

No Chile, a Plug Power instalou uma planta própria de produção de hidrogênio para abastecer empilhadeiras em Santiago. Abastecida com energia solar e eólica, ela tem capacidade de 240kg/d de hidrogênio, o suficiente para movimentar cerca de 200 empilhadeiras.

“Começamos por necessidade: não havia oferta de hidrogênio suficiente. Decidimos gerar o nosso próprio gás para garantir confiabilidade”, contou Guerrero.

Os executivos confirmaram que já existem negociações avançadas para levar o modelo ao Brasil, com expectativa de contar também com apoio governamental.

“Temos uma pré-aprovação de incentivo à utilização de hidrogênio, e a confirmação deve acontecer dentro dos próximos 45 a 60 dias”, revelou Lehmann.

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