Capacitação no agronegócio impulsiona inovação no ES

Tecnologia, ciência e inovação estão transformando o campo capixaba e exigem uma nova geração de profissionais, mais qualificados e multidisciplinares, para sustentar o agro como um dos pilares da economia do Espírito Santo. Para suprir a crescente demanda por qualificação, diversas instituições têm investido em formação profissional.

O Ibef Agro promove cursos de gestão financeira e inovação voltados a produtores e gestores. A iniciativa também incentiva a sucessão familiar, preparando novas gerações para os desafios do setor.

O governo estadual tem papel importante nesse movimento. Desde 2019, o programa Qualificar ES oferece cursos gratuitos em áreas ligadas ao agronegócio. “Temos capacitado milhares de capixabas para atuar nesse novo agro, fomentando inovação e empregabilidade”, destacou a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti).

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/ES), por sua vez, oferece capacitações que vão da alimentação de animais à apicultura, passando por técnicas de plantio, produção de geleias e artesanato com materiais recicláveis.

Outro destaque é o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), que inaugura em agosto o primeiro Mestrado Profissional em Cafeicultura do Brasil, no campus de Itapina. O coordenador do curso, professor Raphael Moreira, explica que o foco será a solução de problemas reais do mercado, como mecanização agrícola, manejo nutricional e aplicação de defensivos.

Também no Ifes Itapina, o Programa de Extensão Qualidade do Café promove capacitações desde 2018. “Organizamos com frequência e de forma gratuita o curso de Classificação do Café; temos cursos de Degustação, Torra e, pela primeira vez este ano, o de Barista. O único custo do produtor é o deslocamento até o Instituto. Todos têm certificado e a maioria é realizada com apoio de parceiros, em especial do Senar. No caso do curso de Barista, a parceria foi com o Café Meridiano”, completou Cristiani Martins Busato, agrônoma do Ifes.

Para o especialista Elcio Teixeira, da Heach Recursos Humanos, esse é o caminho certo: “A tendência é de crescimento contínuo. As escolas e centros de pesquisa estão reformulando seus currículos, mas a transformação é rápida demais. Quem se qualificar agora vai estar um passo à frente.”

Falta de profissionais é solucionada em família

Apesar dos avanços, a falta de profissionais especializados ainda é um gargalo. Segundo o especialista em RH Elias Gomes, as empresas estão sofrendo para encontrar mão de obra com domínio de tecnologia e conhecimento técnico: “Muitas vagas ficam abertas por meses. O setor cresce mais rápido do que a formação consegue acompanhar. Isso limita o crescimento e pode fazer o Espírito Santo perder competitividade”, ponderou Elias, que cita como maior desafio formar profissionais híbridos: “É preciso lidar com sensores, softwares, mas também ter noções de agronomia, climatologia e fitossanidade”.

A solução tem vindo das gerações mais jovens das famílias de agricultores. “Há alguns prestadores de serviço em algumas regiões que compram equipamentos para realizar essa operação terceirizada, mas hoje a maioria dos produtores opta por adquirir os próprios equipamentos e eleger, dentro da família, alguém com maior aptidão para operar”, completou o gerente de Acesso a Mercado da Natercoop, Philipe Müller.

A modernização do campo capixaba vem aproximando o produtor da eficiência, da sustentabilidade e da lucratividade. Iniciativas antes distantes já fazem parte da rotina agrícola. A profissionalização no campo não é mais tendência: é necessidade. E o Espírito Santo se prepara para não perder essa oportunidade.

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