A fabricante de máquinas agrícolas John Deere demitiu 150 funcionários que atuavam na unidade de Horizontina, município de 18,8 mil habitantes do noroeste gaúcho, na manhã desta quarta-feira (17).
Em resposta à coluna, a empresa disse que o corte serve para “adaptar o volume de produção à demanda atual do mercado”.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Horizontina e Região, a empresa manifestou a necessidade de reduzir 200 trabalhadores, mas, após negociação, definiu a saída de 150 funcionários.
O corte representa uma quebra de expectativa na unidade, que chegou a contratar 200 novos trabalhadores no começo do ano para suprir a demanda de máquinas agrícolas na região.
Ao menos 150 trabalhadores já haviam sido desligados em setembro de 2024, depois que a empresa deu férias coletivas a 1,1 mil funcionários, em março do ano passado, por causa da queda nas vendas. À época, a companhia informou que a medida foi tomada após alteração no plano de produção para 2025.
O sindicato entende que a massa de mão de obra deve ser reintegrada a outras empresas metalúrgicas da região, uma vez que há ofertas de trabalho. Ainda assim, a situação da John Deere preocupa, especialmente depois dos anos de estiagem e dívidas acumuladas entre os produtores daquela região.
Hoje uma importante fatia econômica de Horizontina vem da fábrica de máquinas agrícolas. Em 2024, o total de exportações da cidade passou deUS$ 104,7 milhões, sendo majoritariamente desses veículos. O volume, porém, ficou 37% abaixo das vendas de máquinas de 2023.
Outras empresas do setor de veículos e máquinas agrícolas demitiram funcionários em 2025. A ACGO de Santa Rosa desligou 51 funcionários em janeiro, enquanto a General Motors dispensou cerca de 1,4 mil funcionários da montadora e fornecedoras em Gravataí em abril.