Adoção de criptomoedas ganha terreno na América Latina com um marco recente na Bolívia. Três gigantes do setor automotivo anunciam a aceitação de pagamentos em stablecoins. O movimento reflete a busca por alternativas ao dólar em meio a restrições econômicas. Paolo Ardoino, CEO da Tether, destacou o avanço em postagem recente.
Toyota inicia transações em USDT para modelos híbridos e elétricos.
BYD expande opções digitais em revendas locais.
Yamaha inclui motos e acessórios na modalidade cripto.
Essa iniciativa surge após o fim de proibições antigas ao uso de ativos virtuais no país andino. O volume de operações com cripto saltou para US$ 294 milhões no primeiro semestre de 2025. A medida beneficia consumidores afetados pela inflação e pela falta de moeda estrangeira.
Evolução regulatória pavimenta caminho para stablecoins
A Bolívia derrubou barreiras ao cripto em junho de 2024, com resolução que reconhece ativos virtuais. Bancos agora direcionam transações para exchanges reguladas. Essa mudança permitiu que instituições financeiras atuem como intermediárias seguras. O Banco Central registrou crescimento exponencial nas operações.
Yvette Espinoza, da Autoridad de Supervisión del Sistema Financiero, enfatiza o quadro regulado para transações. A parceria com El Salvador, firmada em julho de 2025, traz expertise em monitoramento de ativos digitais. O acordo foca em ferramentas de supervisão e padrões legais. Assim, o país avança na inclusão financeira via tecnologia blockchain.
Resolução de junho de 2024: Fim da proibição a criptomoedas.
Março de 2025: Autorização para importações de petróleo em cripto pela YPFB.
Outubro de 2024: Lançamento de custódia USDT pelo Banco Bisa.
Julho de 2025: Memorando com comissão salvadorenha de ativos digitais.
Esses passos constroem uma infraestrutura robusta. O foco em conformidade anti-lavagem de dinheiro alinha o país a normas internacionais da GAFILAT. Consumidores ganham acesso a pagamentos rápidos e de baixo custo. Empresas estrangeiras veem oportunidade em mercados emergentes.
Marcas automotivas adaptam-se à realidade boliviana
Toyota lidera a integração de USDT em suas concessionárias bolivianas. Clientes pagam por veículos como o Corolla híbrido via carteiras digitais. A transação ocorre em taxa de câmbio do momento, com emissão imediata de recibo fiscal. BitGo, firma de custódia cripto, facilitou a primeira compra de Toyota com stablecoin no sábado anterior ao anúncio.
BYD, foco em elétricos, segue o exemplo para ampliar alcance em La Paz e Santa Cruz. Modelos como o Atto 3 entram na lista de itens financiáveis em USDT. Yamaha, conhecida por motos, estende a opção a peças e serviços de manutenção. Placas em revendas proclamam “Seu veículo em dólares digitais”, atraindo compradores jovens.
O processo envolve verificação KYC para segurança. Redes autorizadas processam os pagamentos on-chain ou via circuitos internos. Isso reduz dependência de transferências bancárias tradicionais, que demoram dias. Para revendedores, a modalidade atrai volume maior de vendas em um mercado com inflação acima de 24% em agosto de 2025.
Empresas como Towerbank apoiam com liquidez diária em USDT, que subiu de US$ 20 mil para quase US$ 1 milhão em menos de um ano. A parceria com BitGo garante custódia institucional. Assim, o ecossistema circular de stablecoins mantém o comércio fluindo apesar da escassez de dólares.
Crescimento de transações cripto impulsiona economia local
O Banco Central da Bolívia reportou US$ 294 milhões em pagamentos cripto nos primeiros seis meses de 2025. Isso representa salto de 630% ante os US$ 46,5 milhões de 2024. O total anual pode ultrapassar US$ 430 milhões, com mais de 10 mil operações individuais. Stablecoins como USDT dominam 90% das trocas na região.
Inflação dobrou de 12% em janeiro para 24,15% em agosto, empurrando a população para ativos estáveis. O boliviano depreciou-se, limitando acesso a bens importados. Cripto surge como hedge contra volatilidade, especialmente para remessas e compras de alto valor. Setor automotivo, dependente de importações, beneficia-se diretamente.
Aumento de 100% nas transações entre julho e setembro de 2024.
Média mensal de US$ 15,6 milhões no período inicial pós-regulamentação.
Stablecoins representam 26% das operações em trocas regionais.
Adoção em 68,7% das plataformas centralizadas na América Latina.
Empresas bolivianas integram USDT em tesourarias e pagamentos cross-border. Bitso, exchange regional, nota que stablecoins dobraram participação no volume transacionado no primeiro semestre de 2025. Isso reflete demanda por eficiência em finanças empresariais. No varejo automotivo, QR codes aceleram liquidações, cortando custos em até 3,5% versus cartões de crédito.
Integração de USDT no setor de mobilidade
Pagamentos em stablecoin transformam o varejo de veículos na Bolívia. Clientes escaneiam códigos para transferir fundos diretamente. A conversão ocorre em tempo real, evitando flutuações cambiais. Para montadoras, isso expande o público em áreas rurais com acesso limitado a bancos. Toyota relata interesse inicial em 40% dos visitantes de revendas.
BYD posiciona-se como pioneira em elétricos acessíveis via cripto. A estratégia alinha-se à expansão global da chinesa na América Latina, onde instabilidade monetária favorece inovações digitais. Yamaha, por sua vez, usa USDT para pacotes de financiamento de motos trail. O modelo atrai exportadores que recebem em dólares digitais.
Verificação KYC obrigatória em todas as transações.
Processamento via wallets custodiais de bancos como Bisa.
Emissão de nota fiscal imediata pós-confirmação on-chain.
Suporte a múltiplas redes blockchain para velocidade.
Integração com plataformas como BitGo para segurança.
O ecossistema cresce com adoção em 71% das transferências cross-border na região. Fireblocks, provedora de infraestrutura, nota que 48% das empresas priorizam velocidade em pagamentos stablecoin. Na Bolívia, isso significa liquidações em minutos, versus dias em sistemas tradicionais. O setor automotivo testa limites, com planos para incluir acessórios e seguros.
Expansão regional de stablecoins em contextos voláteis
América Latina registra alta em uso de USDT e USDC para proteção patrimonial. Argentina, com inflação acima de 100%, vê stablecoins como escudo contra desvalorização do peso. Troca de USDT em plataformas como Bitso subiu para mais de US$ 1 milhão mensal após quedas cambiais. No Brasil, regulamentações claras impulsionam 1,9 milhão de usuários cripto, com alta de 6%.
Colômbia enfrenta restrições em contas em dólares, levando investidores a stablecoins. México consolida-se como hub, com Bitcoin e USDT em 90% das transferências internacionais. O peso mexicano caiu 23%, elevando demanda por ativos estáveis. Bancolombia lançou stablecoin lastreada em peso colombiano, COPW, para pagamentos programáveis.
40% dos respondentes regionais citam demanda de clientes como driver de adoção.
33% veem expansão de mercado como motivação principal.
Carteiras ativas com stablecoins cresceram 53% ano a ano.
Volume de remessas via cripto representa 15% do global em plataformas como Fireblocks.
Esses padrões ecoam na Bolívia, onde USDT preenche lacunas em reservas de dólares. O mercado de stablecoins atingiu US$ 252 bilhões em meados de 2025, com USDT em 68% de participação. Descentralizadas como DAI ocupam 20%. Na mobilidade, isso democratiza acesso a veículos premium. Empresas ajustam estoques para suportar pagamentos digitais, fomentando comércio sustentável.
O avanço na Bolívia sinaliza tendência maior. Montadoras globais testam modelos híbridos de pagamento. Consumidores ganham autonomia em economias instáveis. O quadro regulado garante transparência, enquanto inovações como wallets custodiais ampliam alcance. Assim, o USDT consolida-se como dólar digital em mercados emergentes, impulsionando transações cotidianas e internacionais.