
A frota brasileira de máquinas agrícolas deverá chegar a 1,8 milhão de unidades até 2030, de acordo com o estudo Panorama Setorial de Máquinas Agrícolas no Brasil, apresentado pela BIM, Boschi Inteligência de Mercado, na quarta-feira, 24. Esse volume é dividido assim: 1 milhão 480 mil tratores, 231 mil colheitadeiras e 89 mil pulverizadores.
No estudo também foi mapeada a frota circulante atual no País, que está em torno de 1 milhão 650 mil máquinas, sendo 1 milhão 350 mil tratores, 217 mil colheitadeiras e 82,5 mil pulverizadores. A idade média é de 15 anos: os tratores apresentam 18 anos de uso, as colheitadeiras 10 anos e os pulverizadores 8 anos, em média.
55% dos setecentos produtores rurais ouvidos na pesquisa informaram que pretendem comprar uma máquina nova nos próximos dois anos, 30% não têm planos e 15% ainda não decidiram. O modelo de locação de máquinas tem sido uma alternativa cada vez mais usada pelos agricultores que não desejam investir na compra e gastar depois com a manutenção, modelo que deverá avançar nos próximos anos.
Mas há entraves: o financiamento é o principal gargalo, uma vez que a maioria dos produtores recorre a bancos estatais, mas além dos juros a burocracia envolvida em todo o processo retarda o avanço da demanda. Até por isto o segmento de locação tem ganho cada vez mais espaço:
“O crédito precisa acompanhar o novo ciclo de modernização do campo. Sem mecanismos mais rápidos e acessíveis a demanda reprimida não se converte em investimento e o País posterga ganhos de produtividade e competitividade”, disse Gregori Boschi, sócio diretor da BIM.
A pesquisa também apontou que o diesel continuará sendo a principal matriz energética até 2030, representando 96% de todos os tratores em operação, 90% em colheitadeiras e 86% em pulverizadores, mas o etanol e o biometano deverão avançar e ser uma opção disponível para os produtores interessados.
Das entrevistas realizadas 64% foram com produtores que tem grandes áreas, acima de 1 mil hectares, seguidas por produtores detentores de áreas de 51 a 200 hectares, com 18%, e de 10 a 50 hectares, 17%.