Brasil quer investir R$ 200 milhões em mapeamentos geológicos em 10 anos

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Um estudo realizado pelo SGB (Serviço Geológico do Brasil) indica que, para o país alcançar o patamar de potência mineral e atrair investimentos no setor, o governo federal terá que investir cerca de R$ 200 milhões em mapeamentos geológicos até 2034.

Esse valor, no entanto, representa o cenário mais otimista para os geólogos, que operam com capacidade orçamentária muito aquém do potencial mineral brasileiro, segundo relatos.

Caso a média atual de recursos destinados ao SGB seja mantida, a estimativa é de apenas R$ 77 milhões em investimentos nesse tipo de estudo ao longo dos próximos dez anos.

Esses recursos seriam destinados exclusivamente para despesas de custeio, como levantamentos de campo e análises laboratoriais, necessárias para a execução do mapeamento.

Não entram nessa conta os investimentos em infraestrutura, como computadores, softwares, insumos laboratoriais e manutenção predial.

Hoje, apenas 27% do território continental brasileiro é mapeado na escala 1:100.000 — considerado um modelo mais detalhado. Ou seja, o país desconhece com precisão mais de 70% do potencial do subsolo nacional.

O plano prevê o mapeamento de mais de 1,2 milhão de quilômetros quadrados do subsolo nacional. Seriam analisados 73 blocos em 10 anos, com a participação de 210 geólogos.

A necessidade desses estudos cresce diante da demanda global por minerais críticos e estratégicos, insumos essenciais para a produção de baterias, semicondutores e tecnologias de ponta.

O Brasil possui grandes reservas de minerais como terras raras, cobalto, nióbio e níquel, todos com potencial bilionário.

Segundo especialistas, esse tipo de levantamento é fundamental para atrair investimentos em pesquisa e exploração mineral, já que os dados produzidos reduzem o risco exploratório e subsidiam a descoberta de novos depósitos.

Os técnicos ressaltam ainda que o mapeamento geológico vai além da mineração: ele também é base para pesquisas sobre recursos hídricos e para o entendimento dos processos de evolução da paisagem.

Como noticiado pela CNN, tanto o governo quanto o Congresso Nacional pretendem dar destaque aos mapeamentos na Política Nacional dos Minerais Críticos, que deve ser aprovada pelo Legislativo ainda em 2025.

Um mapeamento geológico é dividido em quatro fases: a preparatória (ou pré-campo), a de levantamentos de campo, a analítica (com análises laboratoriais) e a de elaboração e publicação dos produtos finais, como mapas geológicos, notas explicativas e bases de dados digitais.

Cada unidade de trabalho é chamada de folha cartográfica, que corresponde a uma área do território delimitada em determinada escala (por exemplo, 1:100.000). O mapeamento de uma folha cartográfica costuma levar, em média, três anos para ser concluído.

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