Toyota estuda importação de motores como “Plano B” para Porto Feliz

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A Toyota cogita a importação de motores ao Brasil para suprir as perdas de produção que a fábrica de Porto Feliz (SP) terá após as atividades na unidade serem interrompidas por causa do vendaval que destruiu parte da planta na segunda-feira, 22.

Segundo fonte ligada à montadora, a possibilidade ganha força à medida que são apurados os estragos na fábrica. Ao longo de outubro, mês em que os funcionários da unidade ficarão em férias coletivas, a empresa definirá qual plano B vai utilizar para seguir a produção de veículos no país.

Vale lembrar que a fábrica de motores de Porto Feliz abastece as unidades de Sorocaba (SP), onde são produzidos Corolla Cross e Yaris, além das primeiras unidades do SUV compacto Yaris Cross, e a fábrica de Indaiatuba (SP), onde é produzido o Corolla na versão sedã.

A capacidade da planta é de 250 mil motores/ano em dois turnos.

O Yaris Cross, inclusive, teve o seu lançamento adiado mais uma vez. Se no ano passado, em novembro, a apresentação não ocorreu por conta de problemas logísticos envolvendo semicondutores e fornecedores, desta vez foram os fortes ventos em Porto Feliz que postergaram o lançamento do utilitário esportivo compacto.

Toyota avalia qual fábrica acionar para suprir Porto Feliz

O que está sendo observado pela companhia, segundo o interlocutor, é qual será a fábrica que passará a abastecer a operação local da Toyota com propulsores.

A montadora mantém 11 unidades no mundo: além do Brasil, produzem motores fábricas nos Estados Unidos, Japão, Tailândia, Polônia, Reino Unido, China, Tailândia, Indonésia, Turquia, África do Sul e México.

À princípio, quatro delas teriam condições de produzir propulsores para atender às demandas da montadora no Brasil: Tailândia, Polônia, Estados Unidos e Japão.

“Depois do terremoto que assolou o Japão, a montadora passou a ter um plano global de contingência para acioná-lo em episódios similares no futuro. Depois desse evento, por exemplo, as plantas de motores passaram a ser espelhos umas das outras para o caso de um ocorrer um problema de abastecimento”, disse a fonte.

Layoff poderia ser aplicado a partir de novembro

De acordo com o presidente do sindicato dos metalúrgicos de Sorocaba e Região, Leandro Candido Soares, a montadora já informou à entidade que estuda essa importação de motores, ainda que “os danos estejam sendo avaliados pela empresa no momento”.

Caso a produção não seja reestabelecida em outubro, Soares informou que um layoff (suspensão temporária dos contratos de trabalho) poderá ser aplicado no quadro das três fábricas da montadora no país, um grupo que seria formado por cerca de 6 mil funcionários.

A intempérie climática não apenas postergou um lançamento da montadora, mas também cria um hiato em um bom momento da fabricante no mercado local.

Segundo dados divulgados pela Fenabrave, a montadora deteve no acumulado do ano até agosto a quarta maior participação do mercado brasileiro, com fatia de 7,74% e 122 mil veículos emplacados no país.

O sedã Corolla é o líder no seu segmento, com 24,5 mil unidades vendidas até agosto, cerca de 58% do total vendido na categoria.

Já o Corolla Cross foi o terceiro mais vendido no segmento de SUVs, com 44 mil unidades emplacadas. Apenas em agosto, as vendas somaram 7,7 mil unidades, sendo o único modelo da categoria que apresentou crescimento nas vendas na comparação com o resultado de julho.

Produção parada poderia afetar mercados na América do Sul

Na América do Sul, para onde os modelos produzidos no Brasil são exportados, a Toyota foi líder na Argentina no acumulado do ano até agosto, com um total de 64 mil unidades, segundo dados da Acara, a associação local dos concessionários. Por lá, o Corolla Cross só não vende mais do que a picape Hilux.

Na Colômbia, a montadora vendeu no primeiro semestre do ano 11,7 mil veículos, segundo dados da Andemos, que também é a associação que representa as fabricantes no país. A sua fatia nesse mercado, naquele momento, era de 11,2%, a terceira maior atrás de Renault e Kia.

“O que temos de concreto até agora é que a produção só poderá voltar em janeiro, o que representaria uma perda de produção de três meses praticamente”, disse Leandro Candido Soares. Seria um desastre. Tal qual o vendaval que afetou a fábrica de Porto Feliz.

Procurada pela reportagem, a montadora informou que “a segurança das pessoas é a prioridade”, e que “está acompanhando cuidadosamente a situação, oferecendo todo o suporte necessário aos colaboradores e parceiros que atuavam no local”.

Disse, ainda, que “um relatório de danos está sendo preparado para entender a extensão dos impactos. A produção da unidade foi interrompida. Não há previsão de retomada das operações nesse momento”.

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