Investimentos em energia hidrelétrica ganham tração no Brasil

O Leilão de Energia Nova A-5 contratou 815,6 megawatts (MW) em 65 novas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), que são usinas hidrelétricas com capacidade de até 50 megawatts. Ao todo, 13 estados foram contemplados pela iniciativa. Estima-se que o investimento, avaliado em R$ 8 bilhões, começará a entrar em operação até 2030. Os contratos firmados têm duração de 20 anos.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a iniciativa visa impulsionar a indústria e a siderurgia em território nacional. Estima-se que, para cada 1 gigawatt (GW) contratado, seja gerada uma demanda de aproximadamente 120 toneladas de aço e 2,5 milhões de metros cúbicos de concreto.

“Dominamos todas as etapas da cadeia de produção, desde a engenharia até a operação. É demanda de aço para empresas como Gerdau, Usiminas e ArcelorMittal. Também serão 2,5 milhões de metros cúbicos de concreto. Falamos de Votorantim Cimentos e Intercement, por exemplo. É alternativa para nossa indústria, que atravessa um delicado momento em virtude das tarifas impostas pelos norte-americanos”, disse o ministro Alexandre Silveira.

Brasil: uma potência hídrica global

Dados da EBC apontam que existem cerca de 1.500 usinas hidrelétricas no Brasil, as quais correspondem a 64% da geração elétrica nacional. As discussões sobre a utilização de fontes renováveis ganham cada vez mais evidência, especialmente considerando que o país detém até 15% da biodiversidade global, um patrimônio que reforça a importância de soluções energéticas sustentáveis.

Tucuruí, Belo Monte e Itaipu são as três maiores geradoras de energia hidrelétrica em funcionamento. A construção de usinas menores em regiões específicas, por sua vez, pode complementar a capacidade das grandes usinas, otimizando a oferta de serviços mais eficientes, acessíveis e sob demanda.

Nesse sentido, o Mercado Livre de Energia (MLE) poderá aumentar a competitividade, sobretudo em áreas mais remotas. Enquanto preços e prazos não podem ser negociados no mercado cativo, o MLE oferece flexibilidade contratual, sendo possível efetuar acordos com valores fixos mensais e garantir maior previsibilidade em relação às bandeiras tarifárias.

Energia hidrelétrica tem espaço para crescimento

O Brasil possui bacias hidrográficas que se mostram particularmente adequadas para usinas de pequeno porte. A construção de uma PCH é mais rápida e menos complexa que a de uma grande usina, permitindo uma resposta mais ágil à demanda local.

Além disso, essas usinas possibilitam usos múltiplos, como abastecimento de água para irrigação, apoio à agricultura familiar e ao agronegócio, incentivo à piscicultura e, em alguns casos, fomento ao turismo. Os reservatórios das hidrelétricas, por sua vez, funcionam como baterias naturais do sistema, uma vez que as usinas podem ser acionadas para complementar a geração de fontes intermitentes em períodos de menor disponibilidade de eólica e solar.

Além dos leilões, o governo federal oferece incentivos especiais para usinas de pequeno porte que demonstrem alinhamento com a redução de impactos ambientais. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece linhas de crédito e condições especiais de financiamento para investimentos em infraestrutura.

Há, também, o programa intitulado Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI). Empresas relacionadas ao Mercado Livre de Energia (MLE) podem se beneficiar da isenção de determinados impostos, como o Programa de Integração Social (PIS), o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), tornando as obras mais economicamente viáveis.

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