
O cuidado com o meio ambiente, a consolidação do Porto do Itaqui como uma das mais importantes portas de saída para exportações, além de investimentos no setor de turismo, são algumas das principais agendas do ano do Maranhão, o único Estado nordestino que integra a Amazônia Legal. Dono de um PIB de R$ 140 bilhões em 2022, o território representa 14,4% do PIB total da região, segundo a plataforma Amazônia Legal em Dados, iniciativa da rede Uma Concertação Pela Amazônia, baseada em números do IBGE.
Em junho, o governo estadual formalizou uma parceria com a Mercuria Energy Group, multinacional suíça de venda de commodities, que deve garantir US$ 100 milhões para a recuperação de áreas de floresta e combate às queimadas. Um dos destinos do aporte é o programa Floresta Viva, criado em 2024 com foco no manejo responsável de recursos naturais. A iniciativa beneficia mais de 100 famílias produtoras de espécies nativas, como o açaí, na região de São Bento, a 300 km de São Luís.
No Porto do Itaqui, em agosto de 2025, foi o período de maior movimentação mensal da história do complexo portuário. Com 3,8 milhões de toneladas movimentadas, o terminal, considerado uma das principais rotas para exportações de grãos, combustíveis e minérios produzidos no Centro-Oeste e Norte, superou em 7% o desempenho de agosto de 2024.
Segundo dados divulgados pelo porto, de janeiro a agosto foram movimentadas 24,9 milhões de toneladas, um avanço de 8% em relação ao mesmo período de 2024. A soja puxou o resultado, com alta de 9% e 1,7 milhão de toneladas entregues. Fertilizantes (21%) e ferro gusa (9%) também contribuíram para o desempenho.
Porto de Itaqui teve em agosto a maior movimentação mensal da história do complexo portuário
“Um dos destaques do Estado é a preponderância do processamento de produtos como alumínio, celulose e ferro”, analisa Carlos Henrique de Sousa, pesquisador do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc). “Isso acontece porque grandes empresas desses ramos operam aqui”, acrescenta.
No turismo, até 2026, são esperados mais de R$ 500 milhões em investimentos para infraestrutura e programas de capacitação. Em 2024, a região dos Lençóis Maranhenses recebeu da Unesco o título de Patrimônio Mundial Natural. De janeiro a julho, o local recebeu 381 mil visitantes, alta de 37,5% ante o mesmo período anterior.