CMA participa de debates sobre descarbonização no Rio Construção Summit 2025

A descarbonização da construção civil esteve no centro dos debates do Rio Construção Summit 2025, realizado no dia 24 de setembro, no Rio de Janeiro. A Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade (CMA) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) marcou presença no evento com a participação de seu vice-presidente, Nilson Sarti, que mediou dois painéis sobre financiamento verde e políticas públicas para a transição climática no setor.

Pela manhã, Sarti conduziu o painel “Construindo o Futuro: A descarbonização como Oportunidade para o Financiamento de Empreendimentos Imobiliários”. O debate reuniu o gerente de sustentabilidade da CNseg, Pedro Antônio Werneck, a gerente de clientes e negócios da Caixa Econômica Federal, Mara Luísa Alvim Motta e o coordenador-geral de análise de impacto social e ambiental do Ministério da Fazenda, Matias Rebello Cardomingo. Os especialistas destacaram que a agenda climática já é um fator determinante de competitividade, com impacto direto na concessão de crédito, seguros e atração de investimentos.

Werneck ressaltou que o setor de seguros pode atuar como indutor de investimentos sustentáveis, oferecendo produtos específicos para empreendimentos de baixo carbono e estimulando práticas resilientes em toda a cadeia da construção. Mara Motta afirmou que o setor bancário tem papel fundamental na abertura de linhas de crédito climáticas e explicou que a Caixa já vem estruturando instrumentos voltados à eficiência energética e habitação sustentável, tendência que deve se ampliar nos próximos anos.

Representando o governo, Rebello reforçou que a construção civil precisa estar integrada à Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB), que classificará atividades econômicas alinhadas à agenda climática e servirá de referência para investidores e reguladores. Ele lembrou que o processo está diretamente conectado às negociações da COP 30, ressaltando que a TSB funcionará como base de segurança para o mercado financeiro e parâmetro para novos instrumentos de crédito e incentivos.

Ao conduzir o debate, Nilson Sarti observou que a descarbonização deve ser tratada como parte central das estratégias de negócio e não como tema acessório. Segundo ele, empresas que se anteciparem a esse movimento terão mais competitividade e maior facilidade de acesso a capitais.

À tarde, o vice-presidente da CMA/CBIC moderou o painel “Políticas Públicas para Descarbonização da Construção”, que contou com a presença do deputado federal Aliel Machado Bark (PV/PR), relator do PL 182/2024, e novamente de Matias Rebello.

O deputado destacou que o projeto cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), considerado um marco regulatório fundamental para oferecer previsibilidade e segurança jurídica à transição energética e à redução de emissões. Segundo o parlamentar, a proposta busca equilibrar rigor regulatório e viabilidade econômica, criando condições para que construtoras e incorporadoras se adaptem sem perder competitividade.

Rebello complementou afirmando que a implementação do SBCE exigirá integração entre políticas fiscais, regulatórias e metas nacionais de descarbonização. Ele acrescentou que a TSB será instrumento-chave para conectar o setor produtivo brasileiro a investidores internacionais, possibilitando que projetos da construção civil tenham maior reconhecimento no mercado global de capitais.

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