Quando falamos de inovação industrial, Santa Catarina é terra de gigantes. O menor estado da Região Sul e um dos menores do Brasil é berço de empresas que cresceram, ganharam força e conquistaram outros mercados.
Confira: Jornada Nacional de Inovação na Região Sul
A Jornada Nacional de Inovação da Indústria está percorrendo todo o país para traçar desafios, propostas e cases de cada estado. Na quinta-feira (2), em Florianópolis, acontece o primeiro encontro regional, do Sul, que vai reunir Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Para cada unidade da federação, a Agência de Notícias da Indústria vai publicar uma matéria contando um pouco mais sobre as empresas e suas inovações. Já trouxemos um panorama sobre o Rio Grande do Sul. Agora é a hora de falar sobre Santa Catarina.
De máquinas à nanotecnologia e semicondutores: Rio Grande do Sul combina tradição e inovação
Além dos nomes de indústrias catarinenses, que você provavelmente já conhece, os números falam por si só. Imagina produzir mais de 60 mil motores (diariamente!) em 17 países, além de ter a operação coordenada por filiais em 41 economias diferentes? Essa é a WEG, gigante de nome modesto, com apenas três letras, que hoje é uma das maiores fabricantes de máquinas e equipamentos elétricos do mundo.
Outra que é uma espécie de Transformers do setor é a Tupy, de soluções em componentes estruturais e peças de engenharia, usinagem e hidráulica. Com unidades fabris em Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, México e Portugal, tem mais de 18 mil funcionários, exporta mais de 70% da produção brasileira e tem receita de R$ 10,7 bilhões.
Com um quadro um pouco menor, de 3,6 mil trabalhadores, faturamento também na casa dos bilhões e filiais nos Estados Unidos e na China, a Schulz distribui seus produtos de geração, tratamento e armazenamento de ar comprimido e de gases industriais, além de equipamentos para uso residencial, serviços e aplicações industriais para mais de 70 países.
Saindo do setor metalmecânico e indo para o alimentício, SC sedia uma companhia que surgiu em 1969 da união de 18 pessoas e hoje reúne, no mesmo modelo cooperativista, 150 mil famílias na industrialização e comercialização de suínos, aves, lácteos, massas, vegetais, pescados e suplementos para nutrição animal. Nos últimos 10 anos, a Aurora praticamente triplicou as exportações (de 244 mil toneladas em 2014 para 723 toneladas em 2024), alcançando cerca de 80 países nos cinco continentes.
Pela força, esses gigantes puxam seus fornecedores para um patamar de maior qualidade, que acaba fomentando todo um ecossistema. A Nione, que começou suas operações em 2021, é primeira empresa no mundo a desenvolver um método para obtenção de nanopartículas de nióbio em larga escala, viabilizando sua utilização pela indústria.
Startups criadas entre 2018 e 2021, DBM Nano, Organa Biotech e Symbiomics atendem demandas bem atuais de mercado. A DBM Nano foi a primeira startup brasileira no segmento de eletrofiação – máquinas que criam fibras nanométricas para diversas aplicações, entre elas, biossensores e “curativos inteligentes” que ajudam a pele a se regenerar mais rápido.
Já a Organa desenvolveu um processo de compostagem acelerada, enquanto a Symbiomics isola microrganismos de ambientes naturais e sequencia milhares de genomas, para beneficiar a agricultura com novas cepas microbianas.
Conheça empresas e inovações catarinenses mapeadas na Jornada de Inovação da Indústria
Florianópolis
Symbiomics
Startup fundada em 2021 para aumentar produtividade agrícola de forma sustentável por meio de microorganismos utilizados em biofertilizantes, bioestimulantes, biocontrole e sequestro de carbono. Para desenvolver esses produtos biológicos de alto desempenho, utilizam tecnologias de sequenciamento, aprendizado de máquina e ferramentas de edição gênica.
Chapecó
WEG
A multinacional brasileira que nasceu em Jaraguá do Sul produz e comercializa máquinas e equipamentos, transformadores, geradores e tintas. Em seis décadas de trajetória, a empresa confirmou a importância da verticalização da produção (fabricação de componentes desde o fundido até o verniz) para inovação, flexibilidade dos custos, performance e competitividade dos produtos.
Zagonel
Pioneira na fabricação de duchas e torneiras eletrônicas e de driver para luminárias de LED, a Zagonel sempre apostou na inovação como diferencial competitivo – tanto que possui dezenas de patentes mundiais e o Selo Polen, certificação ambiental para quem garante a logística reversa de pelo menos 22% das embalagens comercializadas.
Aurora
A cooperativa Aurora tem unidades espalhadas por todo o Brasil para industrializar e comercializar produtos suínos, de aves, lácteos, massas, vegetais, pescados e suplementos para nutrição animal de mais de 150 mil famílias. Entre os programas, destacam-se o InovAuroraCoop, para inovação por parte dos colaboradores; o ConectAuroraCoop, de conexão com startups e pesquisadores; o Qualidade Total Rural, para melhor gestão de propriedades; e o Capacitação Elétrica, para segurança e eficiência energética no campo.
Kellanova
Mais conhecida pelas marcas Pringles e Sucrilhos, a Kellanova é uma multinacional norte-americana que, recentemente, inaugurou um centro de distribuição e expandiu a fábrica em Santa Catarina, que já é o maior parque industrial da empresa na América Latina e um dos três maiores do mundo.
Joinville
Schulz
A brasileira Schulz se consolidou no mercado internacional, em 60 anos de trajetória, com duas divisões. A primeira, automotiva, oferece soluções nas áreas de mobilidade, no campo e na construção, de peças a serviços como o da SchulzTECH, que oferece monitoramento de frotas em tempo real com uso de inteligência artificial. E a segunda divisão é a de compressores de diversos tipos e usos, sendo o destaque o compressor isento de óleo, que foi uma inovação brasileira.
NIDEC
A fabricante japonesa de máquinas de uso residencial, comercial e industrial, incluindo compressores de refrigeração, implementa estratégias de descarbonização, com medição de carbono, eficiência energética e uso de energia limpa. A inovação está no DNA da empresa, que tem nove centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) ao redor do mundo.
Tupy
Fundada em 1938 em Joinville, a Tupy se tornou uma multinacional reconhecida mundialmente pela produção de componentes estruturais em ferro fundido de alta complexidade geométrica e metalúrgica, atendendo diversos segmentos, como transporte de carga (em todos os modais), infraestrutura, agronegócio e geração de energia. Entre as ações de transição ecológica estão o reuso de 93% da água, a transformação de mais de 650 mil toneladas de sucata metálica em produtos de alto valor agregado e a planta piloto para reciclagem de baterias.
Organa Biotech
Startup criada em 2019, a Organa transforma resíduos orgânicos em adubo de qualidade por meio de um processo de compostagem acelerada. Além disso, realiza a gestão completa de emissão de gases de efeito estufa (GEE), com gravimetria, treinamento e inventário, além de desenvolver projetos de redução/compensação de emissões (Evento Carbono Neutro), atendendo diretamente às necessidades das empresas com compromissos ESG.
DBM Nano
Startup pioneira na fabricação de máquinas para eletrofiação e na pesquisa e desenvolvimento de membranas eletrofiadas com fibras nanométricas de aplicação na medicina, biotecnologia, engenharia de tecidos, biossensores, filtros, têxtil, agricultura e energia. Com uma equipe de mestres e doutores, tem patentes nacionais de produtos como termopolímeros bioabsorvíveis, membranas odontológicas e curativos, além da membrana com fármaco para câncer de pele.
Criciúma
Clean Pellets
Empresa que transforma resíduos que antes eram descartados pela indústria de beneficiamento de madeira da região em pellets (pequenos cilindros compactos) de biomassa, que podem ser utilizados em lareiras, areia para pet, fogão ou caldeira, entre outros.
Rio Deserto
Pioneira na exploração de carvão mineral em escala industrial na região, a Rio Deserto expandiu os negócios e hoje tem 16 unidades de negócio em nove municípios catarinenses, que atuam com florestamento, reflorestamento, metalurgia, agronegócio, cerâmico e siderurgia. Projetos de inovação como a “mina conectada”, que utiliza fibra óptica no subsolo e sensoriamento em tempo real, permitiram automação e decisões mais estratégicas.
Nione
Primeira empresa no mundo a produzir nanopartículas de nióbio em larga escala, a Nione utiliza a nanotecnologia para desenvolver soluções personalizadas de aplicação do nióbio em diferentes produtos. A nanotecnologia da Nione permite, por exemplo, aumentar a resistência mecânica e química de polímeros, prolongando a vida útil de materiais e aumentando sua reciclabilidade (“dar 7 vidas” aos polímeros).
Nesta quarta (01/10), você confere como a sustentabilidade com foco no futuro está expandindo o setor de inovação no Paraná. Não perca!