Assim que aprovaram acordo de férias coletivas de vinte dias seguido de layoff que pode se estender de sessenta a 150 dias, o que foi chamado pela Toyota de plano emergencial, os sindicatos dos metalúrgicos que abrangem as cidades em que a montadora produz, Porto Feliz, Sorocaba e Indaiatuba, SP, estão estendendo a negociação à cadeia de autopeças.
Da base do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região estão sendo discutidas propostas com empresas como Kanjiko, que emprega oitocentos trabalhadores, a Gestamp, com 270, e a TT Steel, com sessenta. Ao longo desta semana será realizada a consulta com os trabalhadores e o objetivo é firmar acordos individuais.
No Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e Região, que abrange Porto Feliz, onde está a fábrica de motores atingida pelas fortes chuvas da semana passada – que, como resultado, paralisou a produção da Toyota no Brasil até o início do ano que vem, possivelmente até fevereiro –, também estão sendo costuradas negociações.
De acordo com o presidente da entidade, Manoel Neres, todas as sistemistas da base sindical estão sendo acionadas, a exemplo da GKTB do Brasil.
“Estamos negociando praticamente o mesmo acordo da Toyota. É claro que nas autopeças a questão da integralidade do pagamento dos salários fica um pouco diferente, uma vez que elas têm condições distintas, mas o restante fica igual: férias seguidas de layoff. Acredito que seja o suficiente para que a empresa já esteja recuperada e retomando sua produção.”
Para os funcionários da Toyota os três sindicatos aprovaram acordo que garante estabilidade no emprego, manutenção integral dos salários líquidos para quem recebe até R$ 10 mil, vale-alimentação, convênio médico e pagamento integral da PLR, participação nos lucros e resultados.
No Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, que inclui Indaiatuba, o presidente Jair Santos disse que ainda não foram procurados por fornecedores e que aguardam o levantamento dos impactos para discutir possibilidades com as empresas.
Em paralelo a montadora informou que está “ trabalhando para minimizar os impactos em toda a cadeia e a seus clientes”. A companhia busca restabelecer, “no menor prazo possível”, as atividades de produção de veículos em Indaiatuba e Sorocaba, de onde saem os modelos Corolla, Corolla Cross e Yaris.
Dentre as ações estão a busca por alternativas de fornecimento de motores junto a unidades da empresa em outros países, a exemplo da Tailândia, e a possibilidade de discutir com clientes que reúnam condições de fundirem o cabeçote de motor e fazer o serviço de usinagem para agilizar a retomada de uma linha de montagem.