Senai Park: Pernambuco acelera rumo à indústria do futuro

O Senai Park, que será inaugurado no dia 20 deste mês no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Ipojuca, surge como motor de desenvolvimento econômico e social para Pernambuco.

Além de fomentar a inovação, o espaço deve gerar empregos qualificados, formar profissionais especializados, criar oportunidades para startups e fornecedores locais, atrair investimentos e posicionar Pernambuco como referência nacional em soluções industriais sustentáveis e na transição energética.

O parque, que já recebeu um investimento inicial de R$ 100 milhões, tem previsão de captar mais R$ 200 milhões em novos aportes, ampliando o ecossistema de inovação no estado.

Segundo o diretor de Inovação e Tecnologia do Senai-PE, Oziel Alves, o Senai Park vai além da pesquisa: seus projetos já em execução, entre outros que estão por vir, têm o propósito de colocar Pernambuco na vanguarda da inovação tecnológica no país.

“Muitas vezes a gente escuta falar de certas tecnologias, mas não as vê em operação. A ausência de casos de uso é uma barreira de entrada para a indústria, que acaba ficando com todos os riscos e sem motivação para investir”, explicou.

A infraestrutura do parque permitirá abrir novas possibilidades, tropicalizar e regionalizar processos tecnológicos e, a partir disso, desenvolver uma cadeia de fornecedores.

“Esse processo começa com parcerias estratégicas com empresas interessadas em investir. Depois, precisamos montar equipes, desenvolver pessoas, envolver universidades e institutos de inovação e, por fim, transferir a tecnologia para que seja incorporada pelas empresas”, detalhou.

Atualmente, o Senai Park abriga dois grandes projetos em andamento, que reúnem 14 empresas. O primeiro é voltado ao desenvolvimento de um protótipo nacional de bateria de lítio de baixa tensão (12V/48V) para veículos híbridos, com a participação da Moura, Stellantis, Volkswagen, Iochpe Maxion e Horse. O segundo tem foco na digitalização da cadeia de produção do hidrogênio sustentável, envolvendo companhias como Neuman & Esser, Siemens, Agemar, Atiaia, White Martins, Hytron, Compesa e CTG Brasil.

Empregabilidade

Com a operação plena do parque, cerca de 200 profissionais estarão envolvidos diretamente em projetos conectados ao espaço, além de outras 200 pessoas vinculadas às empresas participantes.

“Nem todos precisarão estar fisicamente no parque, porque muitos trabalhos podem ser feitos de forma remota. Mas sempre é preciso gente do lado da empresa para que a transferência de tecnologia aconteça”, reforçou Alves.

Na fase de obras e implantação, a previsão é de aproximadamente 300 empregos indiretos. Para Oziel, o impacto vai além dos números. “A ideia é que os projetos não fiquem só dentro do parque, mas que virem novos negócios, ajudem a implantar indústrias de maior porte e possam ser escalados. Isso contribui diretamente para o desenvolvimento econômico da região”, afirmou.

Pesquisa

Com ênfase na pesquisa aplicada, o Senai-PE atua de forma complementar às universidades, que têm um papel mais acadêmico e teórico. A instituição concentra seus esforços em transformar a inovação em soluções práticas e viáveis.

E, para viabilizar os projetos, o Senai Park conta ainda com parcerias de startups, linhas de fomento, além de duas redes estratégicas: a Rede de institutos de tecnologia e inovação do SENAI e a Rede de Unidades EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial).

“Essas redes nos permitem complementar competências que não temos em Pernambuco, conectando conhecimento de todo o Brasil e trazendo recursos para financiar projetos”, completou.

Projeção

O Senai Park vai atuar como um motor indutor para grandes empresas, especialmente nos setores de transição energética e transformação digital, fortalecendo o estado como polo de inovação industrial.

“O parque funciona como um incubador de indústrias, empresas e plantas-piloto para desenvolvimento tecnológico. Ele reduz o tempo de implantação de grandes empreendimentos, permite que as empresas criem relações e desenvolvam cadeias de fornecedores a curto prazo usando a nossa estrutura”, disse.

Além de atender demandas locais, os projetos devem dialogar com megatendências globais. “A ideia é inserir o Brasil nas principais cadeias industriais do mundo, que ainda enfrentam grandes desafios de domínio tecnológico e produtividade. Ter esse know-how instalado no país é estratégico para o futuro da indústria nacional”, avaliou.

O diretor de inovação também ressaltou o papel do governo do estado e do Complexo Industrial Portuário de Suape como parceiros estratégicos. “O parque não se limita a pesquisa e inovação. Ele também apoia o desenvolvimento econômico e sustentável de Pernambuco. Existe uma troca mútua com Suape, que já tem vocação para atração de indústrias. Nós agregamos a dimensão tecnológica e de conhecimento para complementar esse ecossistema”, explicou.

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