Na Grande Vitória, 76% dos imóveis em construção já estão vendidos

Atualmente, na Grande Vitória, encontram-se em construção cerca de 17.177 unidades. Esse número é o maior dos últimos 10 anos, apesar das altas taxas de juros em vigor, o que, tecnicamente, dificultaria o acesso ao crédito para a compra de um imóvel. Desse total, 76% das unidades já estão comercializadas, enquanto no censo anterior esse percentual era de 74,3%.

Os dados são do 45° Censo Imobiliário realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon-ES) e mostram um crescimento de 4% em relação a 2016, quando foram registradas 16.493 unidades em produção na Grande Vitória. Em relação ao último censo, do segundo semestre de 2024 (14.885 unidades em obras), o crescimento foi de 15,4%.

“O mercado ainda tem lançado bastante, e mesmo as vendas não estando tão aquecidas no médio e alto padrão, por causa da alta da Selic, o preço do imóvel é que viabiliza os projetos. E o mercado está lançando, eventualmente, projetos e terrenos que estavam em desenvolvimento há pelo menos dois anos”, explica o diretor de Economia e Estatística do Sinduscon-ES, Eduardo Borges.

Embora a atividade construtiva para oferta imobiliária, medida pela quantidade de unidades em produção, esteja no maior patamar dos últimos 10 anos, ainda assim é cerca da metade da máxima histórica de 2012, que chegou a 36.461 unidades. Segundo Borges, dificilmente o mercado deve caminhar para os mesmos patamares de 2016. “Estamos na metade e os índices de vendas, atualmente, são muito saudáveis”, diz.

O segmento médio e alto padrão concentra o maior número de unidades: 10.011 residenciais e, no econômico (Minha Casa Minha Vida), 6.732. O número de unidades comerciais em construção chega a 434.

Vendas aquecidas

A venda sobre oferta (VSO) no semestre, que significa o percentual de unidades disponíveis para comercialização, registrou altos índices. Segundo dados do censo, o VSO do segmento econômico, onde se enquadram as unidades do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que passou por algumas reformulações este ano, registrou vendas aquecidas: 53,3% no semestre e 8,9% ao mês, o que significa cerca de 11 meses de estoque, caso não fosse lançado mais nenhum empreendimento.

Já para os de residenciais de médio e alto padrão, esse índice ficou em torno de 32,4%. Quando observado mensalmente, o VSO registrado é de 5,4%, o que significa, aproximadamente, 18 meses de estoque se não houvesse lançamentos. E os comerciais registraram 8,1% no semestre e 1,4% mensal.

Segundo o diretor do Sinduscon-ES, os juros altos não interferem na compra de um imóvel do MCMV, pois a taxa de financiamento é menor do que a Selic. “São taxas de juros sustentáveis para essas famílias que adquirem um Minha Casa, Minha Vida. O mercado está aquecido nesse segmento, pois o programa facilita muito a compra por causa das taxas subsidiadas. E, no Espírito Santo, ainda há a possibilidade de se enquadrarem no Nossa Casa, que também ajuda na compra do imóvel”, explica.

O município de Vila Velha é o que registrou a maior VSO, de 9,8% ao mês e de 58,6% no semestre, no segmento econômico (a Serra ficou em segundo, com 8,2%).

O município canela-verde é também onde está a maior parte das unidades em produção (48,6%), dos empreendimentos (52,3%) e das unidades lançadas (70%) no primeiro semestre de 2025. Segundo Borges, isso acontece porque o município tem condições favoráveis, incluindo um plano diretor mais favorável à oferta habitacional.

No entanto, quando se fala em preço médio do metro quadrado, Vitória permanece na dianteira, pelo menos no que se refere às unidades de 2, 3 e 4 quartos: R$ 22.245 para 4 dormitórios, R$ 15.572 para 3 quartos e R$ 15.109 para 2 quartos.

No entanto, Vila Velha surge novamente na frente no preço médio do metro quadrado de imóveis de 1 quarto: R$ 19.068 contra R$ 18.101 em Vitória. O preço mais alto do que o de unidades de 2 e 3 quartos se justifica pela maior procura por empreendimentos compactos e tipo studio, principalmente por parte de investidores.

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