Inflação pelo IGP-DI registrou maior taxa em sete meses em setembro, aponta FGV

A inflação pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) acelerou de 0,20% para 0,36% de agosto para setembro, informou nesta terça-feira (7) a Fundação Getulio Vargas (FGV). A energia elétrica mais cara no varejo e commodities mais caras no atacado levaram ao resultado, informou Matheus Dias, economista da fundação.

O especialista explicou que somente no varejo, 30% do IGP-DI, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) passou de -0,44% para 0,65% no período. Isso porque a tarifa de eletricidade residencial mudou de queda de 4,76%, em agosto, para alta de 10,34%, em setembro.

O especialista lembrou que, em agosto, a energia elétrica só caiu de preço por conta de bônus tarifário de Itaipu. Esse é o crédito concedido aos consumidores residenciais e rurais do Sistema Interligado Nacional (SIN) do Brasil, que aparece como um desconto direto na fatura de energia elétrica, geralmente em agosto.

Mas, em setembro, esse bônus foi retirado. Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou bandeira vermelha patamar 2, mais cara, na tarifa de energia, lembrou o economista. Esses fatores conduziram à disparada na energia elétrica residencial, que, sozinha, representa quase 4% de toda a inflação do varejo, medida pelo indicador.

A arrancada de preços do varejo foi tão forte que acabou por impulsionar o núcleo da inflação varejista, indicador usado para mensurar tendências inflacionárias, e calculado por meio de retirada das mais expressivas altas e das mais fortes quedas, percebidas junto ao consumidor. De agosto para setembro, o núcleo subiu de 0,20% para 0,24%.

Outro aspecto que ajudou a manter o IGP-DI em alta foi comportamento de commodities no setor atacadista, 60% do total do indicador. A FGV apurou aumentos relevantes em preços de café (14,81%); milho (4,27%), minério de ferro (,76%) e carne bovina (1,72%).

Na média, os preços do atacado, apurados pelo subcomponente Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), desaceleraram, de 0,35% para 0,30%, de agosto para setembro. “Mas não teriam ficado nesse patamar [na faixa de 0,30%] não fossem esses aumentos de commodities”, acrescentou Dias.

Quando questionado sobre trajetória futura do indicador, o especialista foi cauteloso. O técnico lembrou que, em outubro, há fatores que podem pressionar os preços tanto para cima quanto para baixo. Se, por um lado, a Aneel autorizou bandeira vermelha patamar 1 (menos cara) para a tarifa de energia, os preços das commodities no exterior são voláteis, ponderou o especialista. Os preços desses itens podem continuar a subir esse mês, e pressionar mais o IPA-DI, que tem peso de 60% no total do indicador, comentou. “Eu não cravaria que vai desacelerar [O IGP-DI] porque temos essa questão das commodities”, disse.

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