Startups de construção: o que está saindo do laboratório para o canteiro

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O novo motor da construção civil

As startups de construção, também chamadas de construtechs, estão redefinindo o setor ao conectar tecnologia, produtividade e sustentabilidade.

Durante décadas, a construção civil manteve processos pouco digitalizados. Hoje, porém, o cenário muda com rapidez: soluções de inteligência artificial, IoT, modelagem BIM e impressão 3D começam a sair dos laboratórios e chegar aos canteiros de obras reais.

Segundo o hub de inovação Contech Startups Brasil, o país já ultrapassa 900 construtechs em operação, número que cresceu mais de 400% em cinco anos.

Da ideia à execução: o que está mudando nas obras

As startups estão entregando ferramentas práticas para resolver gargalos históricos do setor — de planejamento e produtividade à redução de desperdício.

Entre as principais tendências que já chegaram aos canteiros:

Gestão digital de obras: plataformas de acompanhamento em tempo real de prazos, custos e suprimentos, como Construct IN, Reobote e Conaz.

Sensores e IoT: monitoramento de temperatura, umidade e vibração em concreto e estruturas; empresas como Iotize e Tractian vêm ganhando espaço em obras industriais e rodoviárias.

Inteligência Artificial (IA): algoritmos capazes de prever falhas construtivas e otimizar cronogramas, usados em empreiteiras como MRV e JHSF.

Impressão 3D e pré-fabricação offsite: startups como InovaHouse 3D e Vidya já imprimem casas e componentes estruturais de forma automatizada.

Construção modular: novas empresas apostam em modelos industrializados, como Brasil ao Cubo e Modularis, acelerando entregas e reduzindo resíduos.

O investimento em inovação está amadurecendo

Os investimentos de venture capital e corporate venture voltados à construção cresceram de forma consistente.

Segundo dados do Distrito Construtech Report 2025, o setor movimentou US$ 135 milhões em rodadas de investimento no Brasil nos últimos três anos.

Empresas tradicionais também criaram braços de inovação:

Grupo Andrade Gutierrez: mantém o programa InovaInfra, que conecta startups a obras reais.

Camargo Corrêa Infra: aposta em soluções de monitoramento remoto e automação de máquinas.

Moura Dubeux e MRV: testam gêmeos digitais (digital twins) para controle de obras verticais.

Essas parcerias transformam o que antes eram projetos-piloto em soluções escaláveis e economicamente viáveis.

Tecnologias que saíram do laboratório e já estão no canteiro

Abaixo, as cinco inovações que mais avançaram do campo experimental para aplicação prática em obras brasileiras:

O papel das universidades e incubadoras

O ecossistema de inovação em construção vem se fortalecendo com a aproximação entre academia e setor produtivo.

Incubadoras como o CIT SENAI de Inovação em Construção, em São Paulo, e o Tecnopuc Construtech, no Rio Grande do Sul, têm impulsionado startups nas áreas de materiais inteligentes, reaproveitamento de resíduos e energia solar integrada à edificação.

Esses ambientes permitem que soluções sejam testadas em escala real, acelerando o caminho do laboratório ao canteiro.

Brasil: polo emergente de construtechs

O Brasil se consolida como um dos principais polos de inovação em construção da América Latina.

A combinação de grandes obras públicas (como o Novo PAC 2025), programas habitacionais e maior abertura à digitalização cria terreno fértil para novas tecnologias.

Estudos da ABINC (Associação Brasileira de Internet das Coisas) indicam que, até 2030, o mercado de tecnologia aplicada à construção pode movimentar R$ 30 bilhões/ano no país.

As startups de construção estão rompendo as barreiras entre o conceito e a prática.

O que antes era apenas projeto de laboratório agora é parte integrante dos canteiros, elevando a produtividade, reduzindo custos e tornando as obras mais sustentáveis.

O futuro da construção civil brasileira será cada vez mais digital, conectado e colaborativo — e as construtechs são o motor dessa transformação.

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