Ferrovia não é obstáculo, mas solução para futuro de Ponta Grossa

O conselheiro da área de Urbanismo do Grupo aRede, Henrique Wosiack Zulian, acredita que não foi criado um planejamento para integrar as ferrovias com o desenvolvimento de Ponta Grossa – leia a reportagem especial aqui. Para ele, há maneiras de se preservar a história da Rede Ferroviária e planejar o futuro desses espaços de forma integrada.

Confira abaixo a opinião na íntegra de Henrique, graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pós-graduado pela Escola da Cidade e mestre na área de Projeto Arquitetônico pela Universidade de São Paulo (FAU-USP). Ele também tem dezesseis premiações em concursos de arquitetura pelo Brasil, inclusive em Ponta Grossa:

“A relação entre a ferrovia e o traçado urbano de Ponta Grossa é histórica e também um dos nossos maiores desafios.

Hoje, a malha ferroviária praticamente cruza a cidade sem o planejamento necessário para reduzir os conflitos com as vias urbanas. Faltam soluções de engenharia como rebaixos, túneis e mergulhões, que poderiam melhorar o trânsito, aumentar a segurança e integrar melhor os bairros.

Mas resolver isso não significa apagar nossa história. É totalmente possível conciliar a expansão logística com a preservação dos bens ferroviários. O que precisamos é de um planejamento macro, que trate a ferrovia como parte da cidade, que valorize projetos de qualidade e que respeitem o patrimônio. Ferrovia não é obstáculo, ferrovia é solução.

As antigas estações, galpões e vilas ferroviárias são parte da identidade ponta-grossense. Muitos desses espaços poderiam ganhar novos usos – centros culturais, educativos, de inovação – e seguir contando essa história de um jeito vivo. O patrimônio se preserva pelo uso, e não pelo isolamento. Cercar com grades não é preservar, é esconder e dificultar a própria usabilidade. Manter a integridade estética do edifício se faz com monitoramento, manutenção e conscientização.

Agora, com o fim da concessão da Rumo se aproximando, é o momento certo para repensar a relação da ferrovia com a cidade. Precisamos abrir o debate, discutir alternativas de transporte de passageiros, garantir a proteção dos imóveis históricos e planejar o futuro de forma integrada.

A ferrovia é um símbolo do nosso passado, mas pode – e deve – ser também parte do nosso futuro urbano”.

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