Ascensão rápida, queda abrupta: o desmaio de Lola Young alerta para perigos do estresse

Imagem da notícia

Lola Young cancelou sua participação no festival de música Lollapalooza Brasil, que ocorrerá em março de 2026, após desmaiar no palco durante uma apresentação no festival de música “All Things Go Music”, realizado na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, no dia 27 de setembro. A artista que despontou cedo como um dos nomes mais promissores da música britânica passa por estresse diante da rápida ascensão profissional.

Em comunicado publicado no Instagram, Lola afirmou que estava bem e que ficará afastada dos palcos por tempo indeterminado. A cantora tinha shows marcados nos Estados Unidos ainda neste mês, mas todos foram cancelados.

Lola Young, nascida em 2001 em Croydon, destacou-se aos 15 anos ao vencer o reality Open Mic UK e ficou em segundo lugar no Got What It Takes? no ano seguinte. Formada na BRIT School, assinou com a Island Records aos 18 anos e, desde então, lançou quatro álbuns de estúdio em cinco anos, entre eles My Mind Wanders and Sometimes Leaves Completely (2023), que marcou sua primeira turnê europeia, e I’m Only F**king Myself (2025).

Aos 24 anos, Lola Young já alcançou grande projeção com o hit Messy, que ultrapassou 1 bilhão de reproduções e liderou as paradas britânicas em 2025, somando mais de 33 milhões de ouvintes mensais no Spotify. Entre turnês na Europa e América do Norte, também enfrentou um período de dependência química que a levou à reabilitação em 2024.

Excesso de demandas e pressão

Jamille Barbosa Cavalcanti Pereira, psicóloga com especialização em neurociência aplicada à psicologia e coordenadora da Escola de Negócios da Universidade Presbiteriana Mackenzie, explica que o caso de desmaio da cantora Lola Young é um exemplo no ramo musical, semelhante ao que ocorre em outras áreas no mercado de trabalho, devido ao excesso de demandas e pressão, presente em casos de ascensão rápida na carreira.

“Casos como o da cantora demonstram que situações assim podem ocorrer por excesso de demanda ou pressão, mas também por falta de estratégias ou recursos de adaptabilidade para lidar com essas circunstâncias. O estresse faz parte do dia a dia, e é importante que a gente saiba lidar com ele de forma adequada”.

A psicóloga ressalta que o caso de Lola pode ser um reflexo comum entre pessoas que ainda estão em desenvolvimento profissional e acabam pulando etapas por ter uma ascensão muito rápida na carreira.

Ela explica que, culturalmente, costuma-se evitar expor as pessoas desde cedo a situações de grande pressão, o que muitas vezes as impede de desenvolver habilidades para lidar com frustrações ou riscos. Em vez disso, segundo Jamille, elas são frequentemente poupadas de experiências difíceis, o que pode dificultar, na vida adulta, a capacidade de enfrentar o estresse. Embora fatores de saúde também influenciem, esse padrão cultural contribui significativamente para o problema, diz a psicóloga.

Impacto do perfeccionismo

Jamille também alerta para o impacto do perfeccionismo, algo comum entre profissionais que crescem rápido na carreira e que pode ser um fator determinante para o esgotamento físico e mental.

“O perfeccionismo pode gerar colapsos emocionais, mentais e físicos. Quem busca a perfeição muitas vezes não reconhece os próprios limites, e os anseios e expectativas ultrapassam a energia que a pessoa tem disponível. O estresse só se torna nocivo quando utilizamos um nível de energia muito maior do que o que nosso corpo pode oferecer em termos mentais, emocionais e psicológicos, ao buscar a perfeição, ultrapassam-se esses limites, e isso pode levar à exaustão”, explica a especialista.

A profissional destaca que o corpo traz sinais de alerta para níveis de estresse elevados em situações decorrentes de uma ascensão rápida. Ela explica que é fundamental estar atento a sinais que o corpo disponibiliza, como: alterações no sono (insônia ou sono em excesso), esquecimentos, irritabilidade e dificuldades de concentração.

Dicas para manter o equilíbrio

Jamille explica que não há formula mágica para evitar situações assim, mas que práticas simples e acessíveis no dia a dia são fundamentais para manter o equilíbrio em contextos de alta exigência.

“O mais importante nesses casos é restabelecer a energia com hábitos simples: dormir com um tempo adequado de sono, ter uma alimentação adequada e praticar exercícios físicos são fundamentais para obter o equilíbrio em rotinas que podem trazer alto estafamento pela excessividade de tarefas”.

A psicóloga também explica que, em meio ao alto nível de trabalho com uma ascensão rápida profissional, não se pode deixar de lado atividades prazerosas que se distanciam da área profissional.

Compartilhe esse artigo

Açogiga Indústrias Mecânicas

A AÇOGIGA é referência no setor metalmecânico, reconhecida por sua estrutura robusta e pela versatilidade de suas operações.
Últimas Notícias