‘Estou convicto de que tecnologia de gestão é o capítulo mais atrasado no Brasil’, diz Jorge Gerdau

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Desenvolver processos que capacitem e respeitem os recursos humanos de uma empresa e definir e seguir um propósito pelo qual todos trabalhem juntos são a chave para o sucesso de uma empresa, diz o empresário Jorge Gerdau. Esses pontos formam o que o ex-presidente da Gerdau chama de “tecnologia da gestão” — “o maior tema em que a inteligência brasileira ainda está absolutamente carente.”

O tema foi debatido nesta quinta-feira, 9, no segundo dia do 26º Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), em São Paulo. Gerdau foi painelista na mesa “Uma conversa com Jorge Gerdau sobre governança, sucessão e os desafios do mundo”, com mediação da presidente do conselho de administração do IBGC, Deborah Wright.

“Dentre os temas brasileiros a serem resolvidos, passa o esforço de melhorar a tecnologia de gestão”, afirma. “Eu estou convicto de que esse é o capítulo no qual talvez nós estejamos mais atrasados do Brasil. O domínio da tecnologia de gestão é o único caminho que nós temos, no meu entender, para poder vencer os grandes desafios nacionais.”

Gerdau lidera o Movimento Brasil Competitivo (MBC), organização que buscar manter coalizões entre os setores público e privado para promover a competitividade sustentável do Brasil. Um dos pilares defendidos pelo movimento são práticas de boa governança na competitividade nacional. Para ele, a contribuição de empresas bem governadas nesse cenário alinha gestão com eficiência competitiva.

“Para conquistar posições, (inclusive) internacionais, a exigência da competência gerencial é peça chave. Dentro desse processo, o maior segredo são os recursos humanos, (pois) quem faz o negócio são as equipes, são os homens que trabalham dentro da estrutura. A capacitação das equipes, a mobilização de buscar o propósito é o que dá a segurança do sucesso.”

Competitividade na prática

Ao final do painel, o gestor entrou em questões mais práticas de competitividade de mercado, em entrevista a jornalistas. O empresário é acionista do grupo de controle da Gerdau, empresa de um segmento, o da siderurgia, afetado pelo tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump, presidente dos EUA, nas negociações com aço brasileiro.

Gerdau afirmou que a recente abertura de diálogo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Trump, é “extremamente importante” para as negociações. “Temos esperança de que, através do diálogo, vão se encontrar caminhos para ajustar esse conflito de interesses que temos vivido nas últimas semanas.”

Ele avaliou também que a Europa está sabendo se defender do que chamou de “agressão chinesa sobre os mercados”, fazendo referência ao anúncio de que a União Europeia cortou quase pela metade a cota de isenção tarifária sobre aço e produtos de aço, que elevaria as tarifas de importações a países como Reino Unido, China, Índia e Turquia.

“Espero que o Brasil faça igual aos outros países desenvolvidos do mundo ocidental”, afirmou o empresário, acrescentando que o governo brasileiro tem adotado “proteções parciais, mas a guerra hoje é total”.

“O debate que é preciso se fazer a nível de governo é se a dimensão das medidas está proporcional à agressividade do que acontece”, disse.

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