
A Cedro Mineração e a produtora de biometano da América Latina Gás Verde firmaram parceria para desenvolver projeto-piloto de descarbonização de frota na mineração brasileira. No período de testes, a Cedro utilizará um caminhão movido a Gás Natural Veicular (GNV) para o transporte de minério de ferro entre Mariana e o Terminal Fazendão, da Vale. O veículo terá suas emissões neutralizadas por meio de certificado de garantia de origem do biometano, fornecido pela Gás Verde, permitindo o atingimento das metas da companhia.
Com a iniciativa, a Cedro Mineração, que atualmente utiliza caminhões movidos a diesel em suas operações, pretende reduzir até 99% das emissões da frota. A companhia acredita que, ao longo de um ano, cerca de 11 mil toneladas de CO2 poderão ser neutralizadas com certificados pela Gás Verde, o equivalente ao plantio de mais de 72 mil árvores. O teste com GNV permitirá aferir a eficiência energética da rota, sendo o primeiro passo para a descarbonização. O plano é que futuramente os caminhões sejam movidos a biometano, biocombustível renovável produzido a partir da purificação do biogás gerado na decomposição de matéria orgânica e ainda mais sustentável que o GNV, de origem fóssil. “Desde a criação da empresa, sempre pensamos no equilíbrio entre o desenvolvimento econômico das nossas atividades e o desenvolvimento sustentável”, afirma Lucas Kallas, presidente do conselho deliberativo da Cedro Participações. “É nosso compromisso influenciar positivamente o setor de mineração e enfrentar os desafios de forma a garantir um presente e um futuro cada vez mais sustentáveis”.
A iniciativa integra o projeto de expansão da mina de Mariana, que tem objetivo de atingir a produção de 5 milhões de toneladas anuais de minério de ferro premium, o chamado pellet feed, uma matéria-prima com alto teor de qualidade e baixos níveis de impurezas, que permite a redução em pelo menos 50% das emissões de carbono na atmosfera da indústria siderúrgica, hoje considerada uma das principais responsáveis pelo aquecimento global. “Temos observado uma demanda crescente do mercado para descarbonizar o setor logístico, especialmente o rodoviário, responsável por quase 15% das emissões do Brasil, e que é movido, basicamente, a diesel. Grandes empresas já estão trocando esse combustível por alternativas renováveis e o biometano tem papel decisivo nesse processo. A mineração é um dos setores que tem grandes desafios para avançar em soluções sustentáveis, e a parceria com a Cedro, que vem avançando de forma inovadora em prol de uma mineração mais verde, reforça nosso compromisso em construir essa transição energética ao lado de parceiros que compartilham nossa visão de futuro”, afirmou o CEO da Gás Verde, Marcel Jorand.
A Cedro desenvolve também a construção do Transportador de Correia de Longa Distância (TCLD). Com 19 Km de extensão, o TCLD será utilizado para transportar minério de ferro de forma eficiente, segura e sustentável e irá futuramente substituir todo o transporte rodoviário, reduzindo ainda mais as emissões e contribuindo para a melhoria nas condições de trânsito da região. De acordo com estimativas da companhia, essa fase do projeto deve levar cerca de 24 meses para ser implementada. Com operações em Mariana desde 2022, a expansão da mina faz parte dos investimentos da Cedro na comunidade local. A perspectiva é de que sejam gerados cerca de 300 empregos diretos e mil indiretos na cidade, movimentando setores como serviços, comércio e transporte. “O desenvolvimento sustentável é um caminho sem volta, e é motivo de muito orgulho para Mariana receber iniciativas como essa. A carreta movida a GNV representa inovação, redução de impactos ambientais e responsabilidade com o futuro. A Cedro Mineração mostra que é possível conciliar produção e preservação, e nós da gestão municipal estaremos sempre ao lado de projetos que tragam benefícios reais para a população e para o meio ambiente”, comentou o Prefeito de Mariana, Juliano Duarte, que esteve presente para o lançamento do projeto-piloto.
A Cedro Mineração implementou, também em 2022, o Programa de Compliance e Integridade, seguindo a nova tendência global das empresas frente aos desafios que compreende práticas ambientais, sociais e de governança para que as empresas sejam mais sustentáveis, como o uso responsável de água. Para diminuir o consumo, a companhia reutiliza a água residuária, proveniente da Estação de Tratamento de Efluente (ETE) que seria descartada. A água é tratada e reutilizada na aspersão de vias e irrigação de taludes, fazendo assim uma gestão eficaz dos recursos hídricos, uma vez que deixa de captar água nova em fontes naturais. Só em 2021, em Nova Lima, 62% da água utilizada para controle de poeira foi proveniente de recirculação e reaproveitamento da água operacional. Em 2022 e 2023, esse percentual foi de 86% – sendo 12,5% do total oriundo do efluente tratado da ETE. Uma operação similar teve início na unidade de Mariana no final de 2023, com expectativa de resultados tão positivos quanto os observados em Nova Lima.