Prazo para eólicas offshore frustra investidores que restaram no Brasil

Investidores que restaram ainda interessados no mercado de geração eólica no mar no Brasil estão enterrando as esperançasde que o primeiro leilão de áreas para esses projetos ocorra ainda no terceiro governo Lula.

Empresas ouvidas pela agência eixos relatam frustração com a decisão do CNPE na semana passada de criar um grupo de trabalho com duração de 270 dias para debater a regulamentação do setor.

O MME confirmou que o andamento dos ritos para o leilão vai ocorrer somente depois da regulamentação, sendo que o decreto está previsto apenas para o primeiro semestre de 2026.

Com isso, o avanço coincide com o período eleitoral. Embora ainda seja possível realizar o leilão durante as campanhas, há restrições legais quanto à publicidade e a atos administrativos.

A sensação entre as empresas é de mais uma postergação e que, enquanto isso, o Brasil segue perdendo oportunidades para outros países.

O país já foi deixado de lado por alguns dos potenciais investidores. É o caso da dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners (CIP) e da australiana Corio Generation, que suspenderam as atividades no Brasil, adiando investimentos bilionários por falta de cronogramas claros.

Os recursos estão migrando para países como Colômbia, Chile e Taiwan.

Para se programar para a eventual disputa, os investidores precisam de maior clareza sobre as regras. Sem isso, acabam voltando as atenções para outras regiões.

Com o Brasil como sede da COP 30 este ano, parte da indústria tinha a expectativa de que o anúncio da data do leilão ocorresse em meio à divulgação da agenda ambiental do país na conferência em Belém (PA), em novembro, o que não deve mais ocorrer.

A criação de um novo mercado é considerada complexa e há avanços, mas não no ritmo esperado pelos investidores.

O debate se arrasta há sete anos, desde o início das discussões sobre as regras no Congresso. O próprio governo do ex-presidente Jair Bolsonaro também criou um grupo de trabalho para debater as regras e ensaiou avançar com um leilão, sem sucesso.

O marco legal foi aprovado no Congresso e sancionado pelo governo Lula em janeiro. Desde então, também foi aberta a consulta pública sobre a metodologia da cessão de áreas.

Este ano, o Ibama emitiu a primeira licença prévia para um empreendimento nesse segmento no Brasil. Será um projeto piloto do Senai no Rio Grande do Norte, com 24,5 MW.

No meio do caminho, o curtailment: o Brasil vive um momento turbulento para as fontes renováveis, em meio aos cortes de geração de eólicas e solares. Mas a aposta na geração offshore visa criar mais um pilar para a segurança energética nacional e desenvolver a curva de aprendizado.

A presença maciça da indústria de petróleo e gás offshore no país também cria potencial de sinergias importantes.

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