SAF, hidrogênio e bioeconomia no terceiro Eco Invest

Hidrogênio verde, combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), bioplásticos, reciclagem de baterias e superalimentos são algumas das áreas que o governo brasileiro quer estimular com o terceiro leilão do programa Eco Invest Brasil.

Na quarta (8/10), o Tesouro Nacional divulgou os setores prioritários da nova edição do programa que busca recursos privados estrangeiros para financiar projetos verdes, com mudanças na estrutura financeira.

Agora o foco será investimentos de participação societária (equity) — os anteriores alavancaram dívida — mirando empresas e startups (empresas inovadoras) das áreas de bioeconomia, transição energética e economia circular.

A expectativa é movimentar entre R$ 2 bilhões e R$ 4 bilhões, sendo um quarto aporte do Tesouro e o restante captação dos bancos e fundos junto a investidores estrangeiros e nacionais. (

É um volume significativamente menor que o dos leilões anteriores, no entanto, justamente pela alteração na estrutura do financiamento, segundo a Fazenda.

Ao todo, a iniciativa dos Ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima já movimentou mais de R$ 75 bilhões em suas duas edições.

As instituições financeiras interessadas poderão apresentar propostas até 19 de novembro de 2025. Parte dos recursos será alocada por meio do Fundo Clima, ampliando o apoio a negócios inovadores e sustentáveis.

De olho na COP30

O prazo final para apresentação de propostas no Eco Invest coincide com a COP30, sediada pelo Brasil em Belém (PA), momento que o governo federal quer aproveitar para firmar o país como um hub de soluções sustentáveis.

E os biocombustíveis são uma delas.

Nesta quinta (9/10), a Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio) reuniu produtores e governo para defender a bioenergia como rota de descarbonização veicular a ser defendida na COP30.

Eles também se preparam para rebater acusações de que concorrem com a produção de alimentos. Leia na cobertura de Fernando Caixeta

Sem desmatamento

Também nesta quinta, um estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema) trouxe argumentos para ajudar o país a vender sua bioenergia com carimbo sustentável.

A organização ambiental aponta quatro cenários em que é possível mais que dobrar a produção de biocombustíveis até 2050 em relação a 2024, usando apenas áreas já degradadas, sem precisar desmatar.

Para isso, etanol de segunda geração a partir da cana e macaúba para SAF e biodiesel serão peças-chave.

A estimativa é que o cultivo agrícola adicional para biocombustíveis pode utilizar entre 20 e 35 milhões de hectares (Mha), dentro dos 56 Mha de pastagens degradadas disponíveis para expansão da agricultura — o país conta com 100 Mha de áreas degradadas.

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