
Na tentativa de impulsionar o setor da construção civil e facilitar o acesso à moradia, o governo federal anunciou um novo modelo de crédito imobiliário. A medida muda como os bancos aplicam os recursos da poupança, ampliando a oferta de financiamentos e beneficiando principalmente famílias da classe média.
O que muda no crédito imobiliário?
O Conselho Monetário Nacional aprovou a elevação gradual do percentual de depósitos da poupança destinados ao crédito imobiliário, que passará dos atuais 65% para 100% até 2027. A proposta busca direcionar mais dinheiro para o financiamento habitacional e reduzir o valor parado no Banco Central.
Além disso, o limite do valor do imóvel financiado pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) sobe de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, permitindo o uso do FGTS para dar entrada, abater parcelas e amortizar o saldo devedor.
Caixa volta a financiar até 80% do valor do imóvel
Outra mudança relevante é o retorno da Caixa Econômica Federal ao patamar de financiamento de até 80% do valor do imóvel, antes limitado a 70%. Essa flexibilização aumenta o poder de compra e atende famílias com renda acima de R$ 12 mil, faixa que não era contemplada por programas como o Minha Casa, Minha Vida.
Juros limitados e estímulo à construção civil
Os contratos seguirão as regras do SFH, com juros limitados a 12% ao ano, já incluindo tarifas e comissões. A medida deve liberar R$ 111 bilhões em recursos no primeiro ano, movimentando o mercado e gerando novos empregos no setor da construção civil.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à CNN Brasil, o novo modelo foi desenhado para garantir sustentabilidade e segurança ao sistema financeiro. Ele destacou que a proposta representa uma mudança estrutural, direcionando os recursos mais acessíveis da economia para fortalecer a construção de moradias.
Crédito para reformas também faz parte do pacote
Além do novo modelo de crédito imobiliário, o governo lançou uma linha de crédito para reformas de moradias populares dentro do programa Minha Casa, Minha Vida. Famílias com renda de até R$ 9.600 poderão contratar valores entre R$ 5 mil e R$ 30 mil, com juros reduzidos e prazos de até 60 meses.
O objetivo é melhorar as condições de habitação e combater problemas de segurança e salubridade em áreas urbanas, permitindo pequenas obras e ampliações.
Quando o novo modelo entra em vigor
A transição será gradual e começará ainda em 2025, com plena vigência prevista para janeiro de 2027. Nesse período, o recolhimento compulsório dos bancos cairá de 20% para 15%, liberando mais recursos para o financiamento habitacional.
O governo estima financiar cerca de 80 mil novos imóveis já no primeiro ciclo de implementação das novas regras.