Rinaldi planeja dobrar participação no Exterior em três anos

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Plano de negócios adotado pela fabricante de pneus Rinaldi, de Bento Gonçalves, RS, para ampliar seu faturamento e reduzir a dependência de mercados específicos é a expansão das exportações. Hoje 11% da receita provêm de embarques a trinta países e a meta é, em três anos, elevar este porcentual para 20% e a quantidade de destinos para cinquenta.

É esperado até o fim do ano o embarque de 350 mil pneus, com média de 30 mil unidades/mês – o ano passado fechou com 250 mil, portanto, alta de 40%. Até 2028 o plano é levar o volume mensal para 70 mil unidades e o anual para 840 mil. Foi o que contou a Agência AutoData André Fiorese, gerente de exportação da Rinaldi com foco na América Latina.

Embora o projeto seja reforçado pelo momento atual de dificuldade no mercado doméstico, com altas taxas de juros e maior restrição do acesso ao crédito, segundo Fiorese ele foi desenvolvido em meados do ano passado – quando já havia sinais de que a crise poderia escalar.

Para se ter ideia do baque, considerando que 2024 foi um ano positivo para a empresa, dedicada à reposição de pneus de motocicletas e câmaras de ar, agrícolas e industriais, e o faturamento alcançou R$ 400 milhões, a projeção é que em 2025 ele encolha 15%, para R$ 350 milhões.

O objetivo inicial era ao menos manter a receita, mas a retração dos últimos dois meses e meio mudou o cenário. Com isto há estoque de produção suficiente para um mês, o que, vendo pelo lado positivo, apontou o executivo, estabelece condição de realizar entrega imediata.

Com capacidade instalada para produzir 4 milhões de pneus por ano, em torno de 350 mil unidades por mês, este ano deverá terminar com volume de 3,5 milhões, recuo de 15%: “Apesar de o Brasil ter frota de mais de 30 milhões de motos ativas, com a economia retraída o ambiente fica incerto. Então, se conseguirmos tirar mais 10% da produção e exportar, já é uma força para a fábrica”.

Pulverizar destinos é saída para concorrência desleal

A Rinaldi começou a exportar em 2002 e traçou crescimento sólido, principalmente na América Latina. Para avançar mais, porém, é preciso diversificar horizontes e produtos – recentemente começou a exportar também pneus para quadriciclos. Isto porque o mesmo mal que aflige o mercado local atormenta o setor em outros países: concorrência desleal da Ásia que, conforme Fiorese, pratica metade dos seus preços.

“Não dá para competir. E não adianta ficar em trinta países, sendo que alguns compram uma ou duas vezes ao ano. Não conseguiremos crescer mais ali. Podemos chegar a outros trinta países e fechar acordos com importadores que desejam produto diferente, não querem só vender o feijão com arroz de pneus chineses, indianos, tailandeses, indonésios. Entramos em uma camada intermediária com qualidade e preços mais acessíveis.”

Para suportar o plano de expansão a Rinaldi voltou a participar em 2024, depois de intervalo de seis edições, da EICMA, salão de motocicletas e acessórios que será realizado em novembro, em Milão, Itália: “Voltamos a vender na França e na Inglaterra e conseguimos entrar na Turquia, onde o primeiro contêiner chegou em julho e esperamos vender de oito a dez contêineres. Um país só não faz diferença mas, com pulverização, em um ano conseguiremos movimentar cinquenta contêineres a mais”.

Fiorese relatou que a situação de incertezas globais também tem aparecido como percalço em negócios que já estavam fechados em Israel, África do Sul e Marrocos que, por causa do cenário, foram suspensas.

Fator de otimismo, porém, é o maior apetite da Argentina, que consumiu 40 mil unidades no ano passado e, para este, tem projeção para 80 mil. “Mas nós já chegamos a vender 180 mil em 2018”, citou: “Em 2023 foi o pior ano, em que embarcamos só 20 mil pneus. Em 2024 começou a abertura e esperamos vender 100 mil até 2028”.

Tarifaço engavetou plano de CD nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos havia o planejamento de ter centro de distribuição próprio, engavetado por causa do tarifaço: “Estávamos avaliando os custos quando começaram a vigorar as sobretaxas. Porque no país você é só mais um no catálogo de 5 mil marcas. Mas com unidade própria ganha força”.

Ele contou que, no fim de julho, houve a suspensão do envio de um contêiner por causa do imposto adicional de 50%: eram quase US$ 60 mil em pneus de competição para um pequeno importador da Califórnia. O volume embarcado no ano passado aos Estados Unidos foi de 6 mil pneus e, neste ano, 2 mil.

“Mas entendemos que é um país muito importante para nós, com mercado de motocross e enduro. Não existe por lá a cultura de delivery por moto como há aqui. O entregador de pizza usa Toyota Corolla.”

Para manter-se competitiva a Rinaldi investe, anualmente, de US$ 2 milhões a US$ 3 milhões em expansão, tecnologia, estrutura física, logística e armazenagem, sendo US$ 200 mil para participar de feiras internacionais: “A única maneira é acreditar e investir. As dificuldades passam e é preciso estar preparado para quando a retomada vier”.

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