Toyota, Honda e Nissan usam peças feitas a partir de cascas de ovos, bambu e outras biomassas

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Fornecedores de peças automotivas no Japão estão recorrendo a materiais de biomassa para atender ao interesse das montadoras na redução das emissões de dióxido de carbono durante a fabricação de seus veículos.

A Moriroku, fornecedora com fortes laços com a Honda, está trabalhando para misturar cascas de ovos, conchas marinhas, bambu e outros materiais de biomassa em resina para reduzir o uso de similares derivadas do petróleo. As resinas serão usadas principalmente em áreas como o porta-luvas e o console central (entre os bancos do motorista e do passageiro).

A Moriroku pretende usar a resina nesses componentes internos para modelos já em 2028.

Cascas de ovos contêm carbonato de cálcio, que aumenta a rigidez das peças automotivas quando usado como aditivo. A Moriroku busca misturar cada material em 30%.

A Tokai Rika, afiliada da Toyota, desenvolveu um material de resina composta que contém até 55% de fibra de bambu, extraída de árvores cortadas com técnicas de manejo florestal.

Uma nova fábrica, que entrou em operação na província de Kochi em julho, começará a enviar a resina Bamboo+ ainda este ano.

Com a textura suave e a aparência sofisticada da resina, o objetivo é usar o material “em componentes internos visíveis, como o painel de instrumentos e o console”, disse o chefe do segmento Bamboo+.

A Tokai Rika também prevê aplicações além das autopeças, em uma ampla gama de produtos, de móveis a eletrodomésticos. A meta de receita para esse negócio é de 1 bilhão de ienes (US$ 6,59 milhões) ou mais até o ano fiscal de 2030.

A tendência de biomassa entre os fabricantes de autopeças responde à pressão de seus clientes — as montadoras — para reduzir as emissões de Escopo 3, que são as emissões de gases de efeito estufa em suas cadeias de suprimentos.

A Honda pretende usar 100% de materiais sustentáveis até 2050, enquanto a Toyota está trabalhando para usar pelo menos 30% de materiais reciclados em veículos vendidos no Japão e na Europa até 2030.

Além de reduzir as emissões, o uso de biomassa pode ajudar a preservar os ecossistemas locais. Por exemplo, sem o manejo adequado, o bambu de crescimento rápido pode prejudicar ecossistemas e paisagens.

A Kasai Kogyo, que conta com a Nissan como investidora, está desenvolvendo um material de enchimento usando conchas de ouriço-do-mar. A mistura desse material à resina pode oferecer efeitos desodorizantes e reduzir a quantidade de resina utilizada. A produção em massa está programada para começar em 2026, e a empresa considera utilizá-la em suas próprias peças internas.

Enquanto isso, a reciclagem horizontal – reutilização de materiais e peças de carros sucateados para fabricar carros novos – está ganhando força. A União Europeia está considerando uma regulamentação para mínimos de conteúdo reciclado.

Mas os esforços para usar biomassa e materiais reciclados enfrentam barreiras de custo. Para a Moriroku, os novos materiais custam “quase o dobro” dos convencionais, disse o chefe de desenvolvimento da empresa.

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