Segurança no campo ganha novos aliados tecnológicos

O aumento dos roubos e furtos de máquinas agrícolas tem preocupado produtores em todo o Brasil, com destaque para São Paulo, que concentra 70% dos casos.

Segundo Vitor Martins, gerente de área de vendas da Genetec Security Center, fatores como o alto valor de mercado do maquinário e a demanda por peças no mercado paralelo tornam o setor atraente para criminosos organizados. Em entrevista, Martins detalha como tecnologias integradas — como videomonitoramento inteligente, sensores conectados e rastreamento em tempo real — estão transformando a segurança rural, prevenindo crimes e ajudando produtores a manter operações mais eficientes e seguras.

Mundo Agro: O que explica o aumento de 37,5% nos roubos e furtos de máquinas agrícolas no primeiro semestre?

Vitor Martins: Vejo que esse aumento está muito relacionado ao valor de mercado do maquinário agrícola, que hoje é um ativo extremamente valorizado, e também à demanda por peças no mercado paralelo. Além disso, percebo que em muitas regiões ainda predominam sistemas de segurança tradicionais, que não conversam entre si. Essa falta de integração acaba abrindo espaço para a ação de grupos organizados

Mundo Agro: Por que São Paulo concentra 70% dos casos? Há fatores regionais que favorecem esse tipo de crime?

Vitor Martins: São Paulo reúne o maior volume de maquinário agrícola e de rotas logísticas do país, o que naturalmente atrai a atenção de criminosos. Áreas rurais extensas e estoques concentrados, quando não contam com monitoramento avançado, tornam-se mais suscetíveis. Por isso, vejo a adoção crescente de tecnologias que ampliem a proteção das propriedades e fortaleçam a integração entre segurança pública e produtores

Mundo Agro: Qual é o impacto econômico desses roubos para produtores e para o agronegócio como um todo?

Vitor Martins: Os prejuízos vão além da perda do equipamento: há interrupções na operação, atrasos na colheita, custos adicionais de seguro e impacto na competitividade. Para enfrentar esse cenário, muitos produtores têm recorrido a soluções que não só dificultam a ação criminosa, mas também oferecem maior previsibilidade para planejar melhor a safra e reduzir riscos financeiros, além de continuidade nas operações, elementos-chave para manter a produtividade do setor.

Mundo Agro: Que tipo de maquinário ou veículo é mais visado pelos criminosos e por quê?

Vitor Martins: Máquinas de maior valor, como tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas, são os principais alvos. Elas podem ser revendidas rapidamente, desmontadas para venda de peças ou até usadas como moeda de troca em mercados paralelos. A mobilidade e a alta liquidez tornam esses equipamentos particularmente atrativos para criminosos organizados.

Mundo Agro: Como funciona a logística do crime organizado que envolve a revenda de peças, clonagem de veículos e até o uso como moeda de troca no exterior?

Vitor Martins: Pelo que acompanho do setor, o crime organizado atua de forma estruturada, envolvendo desde a clonagem de veículos até esquemas de exportação ilegal. É uma rede sofisticada, que movimenta peças e máquinas para diferentes mercados. Isso reforça, na minha opinião, a importância de soluções de rastreabilidade e monitoramento em tempo real, que dificultam essa atuação e apoiam investigações.

Mundo Agro: Quais tecnologias hoje são mais eficazes na prevenção de furtos no campo?

Vitor Martins: As soluções mais eficazes são aquelas que combinam diferentes camadas de proteção, ou seja, recursos que atuam em momentos distintos da segurança. Isso inclui desde barreiras físicas e sensores de presença para detectar movimentações não autorizadas, até câmeras inteligentes, rastreamento por GPS e controle de acesso remoto. Quando essas ferramentas são reunidas em uma plataforma unificada, como o Genetec Security Center, o produtor consegue acompanhar a propriedade em tempo real e responder rapidamente a qualquer situação de risco.

Mundo Agro: Como o videomonitoramento inteligente e os sensores conectados podem ajudar não só na prevenção, mas também na investigação dos crimes?

Vitor Martins: O videomonitoramento inteligente permite identificar comportamentos suspeitos antes que um incidente aconteça — por exemplo, um veículo parado em frente a um portão fora do horário de funcionamento. Já os sensores conectados detectam movimentações não autorizadas, como a abertura de um galpão ou o acesso a uma área restrita. Caso o crime ocorra, todas essas informações ficam registradas e centralizadas em uma única plataforma, ajudando a identificar rotas de fuga, veículos e suspeitos, além de fornecer evidências confiáveis para as autoridades.

Mundo Agro: Quais resultados concretos já foram observados em propriedades que investiram em soluções como o Genetec Security Center?

Vitor Martins: Propriedades que adotaram o Genetec Security Center têm relatado reduções expressivas nas tentativas de furto. Em muitos casos, a detecção em tempo real de uma intrusão evitou que o crime fosse concretizado. Além disso, a integração entre câmeras, sensores e controle de acesso aumentou a eficiência da gestão, facilitou auditorias e até reduziu custos com seguros. Esses resultados mostram como a tecnologia pode transformar a segurança em um aliado estratégico para o agronegócio.

Mundo Agro: Quais são as tendências futuras em tecnologia para proteger o agronegócio de ameaças físicas e digitais?

Vitor Martins: As tendências apontam para soluções cada vez mais inteligentes e conectadas. O uso de inteligência artificial permitirá análises preditivas, antecipando riscos antes que eles ocorram. Drones já estão sendo utilizados para monitorar áreas extensas de forma ágil, enquanto o rastreamento geoespacial traz precisão para localizar ativos em movimento. Outro ponto crucial é a integração entre segurança física e cibernética: com o maquinário agrícola cada vez mais conectado, proteger contra ataques digitais será tão importante quanto evitar o furto físico.

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