
O Acelerador da Transição Industrial (ITA), plataforma internacional para escalar investimentos verdes, anunciou nesta quarta (15/10) a seleção de três novos projetos no Brasil.
Stegra, Green Energy Park e Grupo KWPar pretendem utilizar hidrogênio renovável para produção de ferro, aço e produtos químicos com baixas emissões, respectivamente.
Eles receberão apoio dedicado para identificar barreiras e soluções de política, demanda e financiamento para ajudá-los a atingir as decisões finais de investimento (FID, sigla em inglês).
Com essas três seleções, chegou a 15 o número de projetos do Brasil no ITA. O potencial de investimentos é calculado em US$ 23 bilhões, segundo a plataforma, que conta com parceria do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil (MDIC).
“Países como o Brasil estão aproveitando a oferta abundante e competitiva de energia renovável para se posicionar na vanguarda da indústria do futuro”, afirma Faustine Delasalle, diretora executiva do ITA e CEO da Mission Possible Partnership.
Um relatório elaborado pela Mission Possible Partnership (MPP) e o ITA, aponta que o Brasil já conseguiu US$ 6 bilhões de investimento e tem até US$ 55 bilhões em oportunidades anunciadas.
Da indústria pesada ao transporte de longa distância
O apoio do ITA no Brasil inclui projetos de empresas como Fortescue, European Energy, Acelen, Votorantim Cimentos, Mizu Cimentos, consórcio Eco Fusion, Alcoa, Solatio, Green Energy Park, Atlas Agro, e Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e Gerdau.
São iniciativas que miram a descarbonização da indústria pesada e do transporte de longa distância, responsáveis por quase um terço das emissões globais.
E o mundo está de olho nas oportunidades brasileiras. De acordo com o relatório da MPP e do ITA, o país se sobressai com o maior número de projetos verdes identificados na América do Sul e possui o 10º maior portfólio de indústria limpa do mundo.
Foram mapeados 23 projetos de indústria limpa de escala comercial, sendo quatro já financiados ou em operação e 19 anunciados e aguardando investimento, em segmentos como químicos, cimento, alumínio e aviação.
O Brasil também lidera o grupo de economias emergentes e em desenvolvimento, fora a China, que, em conjunto, respondem por 25% do financiamento já garantido e 50% do potencial de investimento em projetos de indústria limpa.