Equinor inicia produção de petróleo no campo de Bacalhau no pré-sal

A Equinor entra em uma nova fase na exploração e produção de petróleo e gás no Brasil, com o início da produção do campo de Bacalhau. Localizado no pré-sal da Bacia de Santos, Bacalhau é considerado pela petroleira, operadora do campo, como um ativo essencial na estratégia da empresa de crescer no Brasil, um dos países escolhidos pela petroleira norueguesa para consolidar operações no longo prazo. O investimento total no campo de Bacalhau foi de US$ 8 bilhões.

O campo tem grande potencial produtivo: a primeira fase tem potencial estimado de 1 bilhão de barris. Bacalhau conta com um navio-plataforma que processa, armazena e escoa a produção (FPSO, na sigla em inglês) com capacidade de 220 mil barris por dia. A unidade tem 370 metros e comprimento e processa o óleo localizado a mais de 2 mil metros de profundidade. O campo não tem volumes elevados de gás natural associado, que deve ser reinjetado neste primeiro momento.

Desde 2016, a Equinor (40%) é a líder do consórcio do campo de Bacalhau, que conta com a participação da ExxonMobil (40%), da Petrogal (20%) e da Pré-Sal Petróleo (PPSA), gestora dos contratos de partilha de produção das áreas do pré-sal. A descoberta do campo ocorreu em 2012, pela Petrobras.

A unidade perde o título de maior plataforma do país para a Petrobras por apenas 5 mil barris/dia: a estatal possui em operação uma unidade com capacidade de 225 mil barris/dia. “Temos que chamar o VAR”, brincou a presidente da Equinor Brasil, Verônica Coelho, com a figura do árbitro de linguagem em partidas de futebol, em entrevista ao Valor.

O bom humor da companhia se explica com o início de produção de Bacalhau e a evolução de um grande projeto de gás natural. Denominado Raia, o plano que envolve dois megacampos de gás inicia, em 2028, uma produção estimada em 16 milhões de metros cúbicos por dia (m3/dia) e têm investimentos da ordem de US$ 9 bilhões. “O Brasil é, definitivamente, um país onde a Equinor tem a ambição de crescer mais e continuar desenvolvendo seu portfólio”, disse Coelho.

Por sinal, Bacalhau pode ter uma segunda fase de desenvolvimento, ainda em estudos, de extensão da vida útil dos reservatórios e produção de gás natural. A ideia, a princípio, seria a perfuração de novos poços de produção em outros pontos no campo, que serão interligados ao FPSO, sem a necessidade de contratação de uma nova plataforma – técnica conhecida como “tie-back”.

“Quando começamos a desenvolver um campo, já estamos olhando a melhor solução para o longo prazo”, afirmou. Coelho disse também que vem negociando com clientes potenciais parte da produção de Bacalhau, sem firmar contratos de longo prazo de todo o óleo extraído para que a empresa possa aproveitar oportunidades do mercado.

Sobre o atual cenário, de cotações do petróleo em queda, a executiva avalia que os projetos da Equinor, especialmente do campo de Bacalhau, são robustos a diferentes preços de barris. Coelho reiterou o olhar de longo prazo: “Entendemos que os barris que terão uma vida econômica mais longeva são os de menor emissão, custos mais baixos e com maior robustez a preços de commodities mais voláteis.”

Além dos projetos de óleo e gás, a Equinor tem projetos de energia renovável no país. É dona dos parques solares Apodi (CE), o primeiro da companhia no mundo, e sócia do parque solar Mendubim (RN), de 531 megawatts (MW), com a Scatec e Hydro Rein. E em 2024 anunciou decisão de investimentos para a construção do primeiro projeto híbrido solar-eólico do mundo, na Bahia.

Mesmo diante do que é considerado o maior problema do setor elétrico da atualidade, os cortes de geração renovável (“curtailment”), a Equinor segue com a mesma lógica do longo prazo, segundo a presidente da companhia. “O futuro traz uma perspectiva bastante interessante, o mercado brasileiro vai crescer bastante, estamos em um momento de transição”, avalia Verônica Coelho.

Compartilhe esse artigo

Açogiga Indústrias Mecânicas

A AÇOGIGA é referência no setor metalmecânico, reconhecida por sua estrutura robusta e pela versatilidade de suas operações.
Últimas Notícias