Senai testa rotas industriais para hidrogênio verde em Suape

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco (Senai-PE) inaugura na segunda (20) um parque de inovação no Complexo Industrial Portuário de Suape para testar diferentes rotas de aplicação de hidrogênio verde na indústria.

Instalado em uma área de 1,4 hectares ao lado da sede administrativa do complexo de Suape, em Ipojuca, o Senai Park vai comportar plantas-piloto e estudar uso de sistemas de baterias (BEES, em inglês) para armazenar energia renovável e garantir estabilidade na alimentação de eletrolisadores, por exemplo.

Também estão previstos projetos para transporte de hidrogênio em cilindros, abastecimento de veículos com células a combustível e produção de metanol, combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês) e amônia para fertilizantes.

Escopo que pode ser ampliado, a depender da demanda da indústria.

A estrutura busca respostas para uma equação que tem embaralhado as projeções para a transição global.

Setores difíceis de descarbonizar estão sofrendo com os ventos contrários da economia e a falta de cooperação global, mostra um relatório recente da DNV. Nos últimos três anos, a previsão da consultoria para a participação do hidrogênio na matriz energética de 2050 caiu de 4,8% para 3,5%.

“As grandes questões são a viabilidade de produção e como utilizar esse hidrogênio, se vai para a indústria ou se vai ser exportado”, observa a diretora regional do Senai-PE, Camila Barreto.

“Nossa planta no Senai Park vai testar a viabilidade econômica financeira para a produção de hidrogênio verde e, também, testar a utilização dentro da indústria e no abastecimento de veículos com células de combustível para encontrar o melhor uso desse vetor energético”, disse à agência eixos nesta sexta (17/10).

Dois grandes projetos já estão em execução, reunindo 15 empresas. Um deles desenvolve um protótipo nacional de bateria de lítio de baixa tensão (12V/48V) para veículos híbridos, com participação da Moura, Stellantis, Volkswagen, Iochpe Maxion e Horse.

O outro foca na digitalização da cadeia de produção do hidrogênio sustentável, com Neuman & Esser, Siemens, White Martins, Hytron, Compesa e CTG Brasil.

Juntas, as iniciativas já somam investimentos de R$ 100 milhões, com outros R$ 200 milhões em processo de captação.

Suape quer sua ZPE

No final de setembro, o Governo de Pernambuco formalizou um protocolo de intenções com o Governo Federal para a instalação de uma Zona de Processamento de Exportação de Pernambuco (ZPE) no complexo industrial.

Suape quer atrair investimentos na formação de um cluster verde, e o metanol tende a ser o combustível de partida.

“Queremos montar um cluster. Protocolamos no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) o projeto de uma ZPE que casa muito bem com a ideia desse cluster de energia”, disse a jornalistas nesta sexta o diretor-presidente do Porto de Suape, Armando Monteiro Bisneto.

“Já temos duas empresas âncoras, a European Energy e a GoVerde, cada uma planejando [investir] R$ 2 bilhões, com contratos homologados”, conta.

Ambos os projetos são para produção de e-metanol. A European Energy foi a primeira a obter licença ambiental para produção do combustível marítimo derivado de hidrogênio verde no Brasil.

Segundo Monteiro, a expectativa é anunciar plantas de SAF em breve, para completar o cluster de combustíveis de baixo carbono.

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