Construção civil enfrenta aperto duplo: falta de mão de obra e custos elevados se intensificam

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O setor da construção civil brasileiro vive um momento de tensão crescente. Ao mesmo tempo em que busca novas estratégias para preencher vagas nos canteiros, o segmento enfrenta uma escalada de custos e uma dificuldade cada vez maior para contratar mão de obra qualificada. O resultado é uma combinação de atrasos em cronogramas, margens comprimidas e concorrência por talentos com outros ramos da economia.

De um lado, construtoras e entidades do setor tentam renovar o perfil da força de trabalho, tradicionalmente masculina e com média de idade mais alta. A aposta é em atrair mulheres, jovens e profissionais de outras áreas para funções em montagem, acabamento, infraestrutura e serviços técnicos. Além de promover diversidade, o movimento busca ampliar a base de trabalhadores e reduzir o risco de gargalos em um mercado que segue aquecido.

De outro, a escassez de profissionais qualificados já é apontada como o principal obstáculo ao avanço da construção no país. Levantamentos recentes mostram que grande parte das empresas tem enfrentado dificuldades para contratar, especialmente em cargos que exigem experiência técnica. A falta de pessoal tem elevado os custos salariais e pressionado os prazos de entrega, afetando diretamente o preço final das obras.

Entre as causas, estão a competição com setores mais tecnológicos e de serviços, que oferecem melhores condições e atraem jovens profissionais, e o envelhecimento da mão de obra tradicional da construção, sem reposição no mesmo ritmo. O desafio se acentua nas grandes cidades, onde o volume de obras cresce em ritmo mais acelerado do que a formação de novos trabalhadores.

Para enfrentar o problema, empresas têm investido em qualificação e reestruturação de carreiras, firmando parcerias com escolas técnicas e ampliando programas de capacitação. Também vêm ajustando nomenclaturas e salários para tornar as funções mais atrativas e abrir espaço a públicos historicamente subrepresentados, como mulheres e imigrantes. A inclusão desses grupos, além de reduzir o déficit de pessoal, tem sido vista como oportunidade de modernizar práticas e melhorar o ambiente de trabalho nos canteiros.

Mesmo assim, o aumento do custo da mão de obra tornou-se um dos principais componentes do orçamento das obras. A combinação entre demanda aquecida, escassez de trabalhadores e reajuste de salários vem limitando a capacidade de expansão das empresas e exigindo revisão nas margens de rentabilidade.

O setor da construção civil se encontra, portanto, em um ponto de inflexão: com forte demanda impulsionada por programas habitacionais e investimentos em infraestrutura, mas travado por restrições de pessoal e custos crescentes. A forma como o setor conseguirá atrair, treinar e reter novos profissionais será determinante para definir o ritmo e a competitividade da construção no Brasil nos próximos anos.

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