O setor brasileiro de sucata ferrosa movimentou R$ 9,47 bilhões em 2024, impulsionado pela reciclagem de 6,3 milhões de toneladas de aço – volumes destinados ao abastecimento das siderúrgicas e fundições. O preço médio de venda do material reciclado de aço foi de R$ 1.524 por tonelada. É o que demonstra o estudo “Panorama da Reciclagem de Metais Ferrosos – Ano Base 2024”, realizado pela Maxiquim/W4Chem, para o Sindicato do Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa e Não Ferrosa do Estado de São Paulo (Sindinesfa).
Esse estudo em detalhes será apresentado hoje, 22 de outubro, na ECO Expo 2025, um dos maiores eventos globais destinados à completa gestão dos resíduos sólidos, reciclagem, saneamento municipal e geração de energia sustentável, que acontece até 23 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento, que chega a sua 9ª edição, reúne renomados técnicos e especialistas de vários países para debaterem a ampla agenda ambiental 20 dias antes da abertura da COP 30 em Belém, no Pará.
Na abertura do evento, no dia 21 de outubro, o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou investimentos de R$ 14 bilhões na construção de quatro ECO Parques, para destinar as 12 mil toneladas de resíduos por dia. De acordo com o prefeito, a cidade de São Paulo coleta 100% de todo de lixo reciclável. Além do prefeito, estiveram presentes João Gianesi, presidente da Valoriza Resíduos e responsável pela curadoria do evento; Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa (Instituto Nacional da Reciclagem); e Vinícius Carvalho, deputado federal Republicanos e presidente da Frente Parlamentar dos recicladores do Brasil.
Rafael Risso de Barros, presidente do Sindinesfa, disse que, em 2024, o setor foi responsável por reciclar cerca de 64% do total da sucata recuperada no país, sendo que 60,1% da matéria-prima adquirida por siderúrgicas e fundições brasileiras teve origem nos pátios das empresas processadoras.
“Este volume representa 5,5 milhões de toneladas de matéria-prima reciclada de aço fornecidas às siderúrgicas e fundições, mostrando o trabalho fundamental e o comprometimento com o setor do aço no Brasil”, afirmou Barros.
Entre 2015 e 2024, a participação da sucata na produção de aço bruto no Brasil variou entre 26% e 31%. Após oscilações até 2019, o índice atingiu 31% em 2020 e novamente em 2024, demonstrando maior consistência no uso do insumo, mesmo com estabilidade na produção de aço bruto.
O consumo de sucata ferrosa no Brasil é altamente concentrado na Região Sudeste, responsável por 74,2% da demanda nacional em 2024. Em seguida, aparecem a Região Sul (12,7%), com forte presença da indústria de fundição, e a Região Nordeste (8,6%), que abriga importantes unidades siderúrgicas.
EMPREGOS E ESTRUTURA DO SETOR – Segundo o Sidra/IBGE, 65.856 trabalhadores atuaram em atividades ligadas ao comércio de resíduos no Brasil em 2024. Desse total, 53% estão envolvidos diretamente na operação do material e 26% com coleta e entrega, evidenciando a capilaridade e a relevância social do setor.
“O setor de reciclagem no Brasil é extremamente pujante e se reafirma como um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do país. A reciclagem de sucata ferrosa desempenha papel essencial na descarbonização da cadeia produtiva do aço, contribuindo diretamente para o combate às mudanças climáticas”, disse Barros.
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Serviço:
Evento: ECO Expo 2025
Data: 21 a 23 de outubro de 2025
Local: Expo Center Norte, São Paulo (SP)
Horário: 13h às 20h,
Mais informações e inscrições: www.ecoexpo.com.br