Maersk vai testar etanol brasileiro como combustível marítimo

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O Grupo Maersk vai testar o etanol brasileiro como combustível marítimo. O biocombustível será misturado ao bunker – combustível fóssil usado nos navios – e ao e-metanol, combustível limpo que vai substituir o fóssil, contribuindo para a descarbonização do setor. A informação foi repassada à comitiva da governadora Raquel Lyra na visita realizada nesta segunda-feira (27) a Maersk, em Copenhague, capital da Dinamarca.

A companhia fará um leilão para comprar etanol fabricado no País, segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha. A intenção é adicionar 10% de etanol ao bunker e ao e-metanol. “Em princípio, a ideia é o etanol ser versátil e ser misturado ao bunker e ao e-metanol, porque todos são combustíveis líquidos”, explica Renato, que acompanhou a comitiva da governadora na visita.

“Há uma perspectiva consistente do transporte marítimo enveredar por esse caminho. Isso vai aumentar o tamanho do mercado”, conta Renato, se referindo ao futuro uso do etanol por navios. Ele comenta também que a ideia é ter várias fontes de combustível limpo, como o e-metanol e o etanol, de acordo com o que foi informado durante o encontro.

Somente para dar uma ideia do impacto que a iniciativa pode trazer, seriam necessários 50 bilhões de litros de etanol, caso toda a navegação passasse a usar 10% deste biocombustível nos seus motores. O Brasil produz 35,8 bilhões de litros de etanol numa safra, sendo que 2,6 bilhões de litros são fabricados no Nordeste, de acordo com o Sindaçúcar-PE.

A Maersk opera com 700 navios e tem 67 terminais marítimos em 42 países. A companhia está fazendo testes com biocombustíveis em pelo menos quatro das suas embarcações. O grupo dinamarquês é dono da APM Terminals, que está construindo um segundo terminal de contêineres no Porto de Suape, o qual deve entrar em operação no último semestre de 2026.

Maersk, o etanol e o futuro

Além do uso do etanol misturado a outros combustíveis, a Maersk também pretende usar o e-metanol. No processo de fabricação do etanol, as usinas do setor sucroenergético obtêm o CO2 verde. O e-metanol é produzido a partir da síntese do hidrogênio verde e do CO2 verde, usando energia limpa.

Na atual viagem, a comitiva da governadora visitou, em Kasso – também na Dinamarca -, a fábrica da European Energy que está produzindo e-metanol. A European Energy já obteve a licença ambiental para instalar uma fábrica de e-metanol no Complexo Industrial Portuário de Suape. O empreendimento local já obteve a licença ambiental para a sua implantação.

O uso dos biocombustíveis está em alta por ser um combustível que emite menos emissões e também porque as empresas marítimas vão passar a ter metas de descarbonização que implicam na diminuição da utilização dos combustíveis fósseis.

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