Minério de ferro retirado de rejeitos, inclusive em barragens, será 10% da produção da Vale

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A Vale está avançando no seu Programa de Mineração Circular, focado na reutilização de rejeitos para a produção de minério de ferro. Parte desse minério é retirada, por exemplo, de barragens ativas. Quando foram descartados, há anos ou até décadas, a tecnologia existente não separava todo o minério comercializável. Esse produto descartado chega a ter teores de ferro superiores a 60%.

“A empresa espera aumentar significativamente a produção a partir de rejeitos, visando entre 5% a 10% da produção total até 2030”, informou Rafael Bittar, vice-presidente executivo de serviços técnicos da Vale, durante a Exposibram 2025, congresso e exposição do setor de mineração que ocorre em Salvador entre 27 e 30 de outubro.

Um dos principais projetos da Vale nesse sentido é em Gelado, no complexo de Carajás, no Pará, que já está reaproveitando o rejeito depositado na barragem. O material é transformado em pellet feed, um produto fino usado na produção de pelotas de minério de ferro para a indústria do aço. A expectativa é que sejam reutilizadas 6 milhões de toneladas desse material por ano, durante dez anos, reduzindo a necessidade de extrair minério da natureza.

A iniciativa foi desenvolvida, segundo a Vale, com todo o cuidado para ser sustentável. A retirada do rejeito está sendo feita com o uso de dragas 100% elétricas, máquinas que não emitem fumaça nem poluem o ar. “Com isso, calculamos que deixaremos de lançar 484 mil toneladas de gás carbônico ($\text{CO}_2$) na atmosfera em dez anos. É como se cerca de 105 mil carros a gasolina parassem de circular nas ruas por um ano”, informa a empresa.

O projeto em Gelado está em fase de ‘ramp-up’ (aceleração). A Vale já possui estruturas e planos concretos para extrair minério de rejeitos, que, em alguns casos, apresentam teores de ferro superiores aos de minas ativas. Os rejeitos são extraídos de forma segura, com projetos de engenharia e monitoramento, e podem ser usados para produzir diferentes tipos de minério, incluindo areia sustentável. A empresa também estuda a reutilização de rejeitos de cobre, buscando o aproveitamento do ferro.

“Os investimentos nessa área são operacionais, integrados ao orçamento anual. O objetivo final é eliminar totalmente o depósito de rejeitos, com foco em reaproveitamento, coprodutos e tecnologias de redução. A Vale também investe em segurança operacional, incluindo equipamentos autônomos, centros de monitoramento geotécnico e segurança de processos”, explicou Rafael Bittar.

Segundo ele, esse material está dentro de estruturas de disposição de rejeitos, é manuseado com projetos de engenharia bem planejados e monitorados, “com total segurança”, disse. “A gente, inclusive, ajuda a recuperar essas áreas a partir da remoção de rejeitos. Algumas estruturas, inclusive, que estamos descaracterizando, têm tido o rejeito reaproveitado para ser reprocessado. São rejeitos com teores bons e que podem fazer blends com outros minérios de ferro”, completou.

Ele acredita que, com esse reaproveitamento, talvez a Vale seja a empresa que menos gera rejeito por produção no mundo. Bittar também exlica que esse minério de rejeitos tem o mesmo valor e aceitação comercial do que os demais.

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