Governo da Bahia ainda é “cauteloso” sobre ferrovia até Feira de Santana e número de passageiros ainda é entrave; entenda

Um dos principais projetos de mobilidade para a Bahia, a ferrovia que ligaria Salvador até a cidade de Feira de Santana já um dos estudos iniciais sendo realizado. Mesmo com “dados” mais concretos, o projeto já apresentado para o ministro dos Transportes, Renan Filho, através do deputado federal Zé Neto (PT), pode não ter a viabilidade esperada.

Mesmo com a proposição e caminhar inicial do projeto, o governo ainda é “reticente” sobre a viabilidade dele. Integrantes da gestão, que estão ligados diretamente a formatação do estudo, apontam que, outro empreendimento — este, visto como “prioritário” — deve “segurar” a ferrovia que liga Salvador a Feira: a Ponte Salvador-Itaparica. Ao Bahia Notícias, uma das lideranças que acompanha os debates indicou que o foco do momento é a ponte.

“A ideia é ‘consolidar’ a ponte primeiro. Avançar para questões mais concretas da ponte. Depois avaliar a viabilidade da ferrovia, sendo outro grande projeto”, ressaltou, em condição de anonimato, já que o projeto da ferrovia constava no programa do então candidato ao governo Jerônimo Rodrigues.

Mais uma questão que também traria um impacto direto na ferrovia Salvador-Feira, já apontado inicialmente nos estudos pelos representantes da empresa TIC Bahia seria justamente o atendimento de pelo menos 85 mil passageiros por dia, fato que tem sido visto com “cautela” por integrantes da gestão estadual. O grupo TIC Bahia é formado pelo empresário Osvaldo Ottan, pelo engenheiro Danilo Silva e pelo advogado Ronaldo Mendes, que apresentaram a Manifestação de Interesse Privado (MIP).

O deslocamento, dos 98 km, seria feito por trens de passageiros com velocidade de até 160 km/h, além de vagões de carga que poderiam circular em até 120 km/h, facilitando o escoamento de produtos nos portos da Baía de Todos-os-Santos.

Com investimento estimado em R$ 7 bilhões, o projeto do Trem Intercidades (TIC) está em análise na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para autorização da operação. Recentemente, foi apresentado, durante reunião do Grupo de Trabalho Intersetorial (GTI), os aspectos técnicos e de viabilidade do empreendimento, que vem sendo articulado com outras iniciativas de infraestrutura conduzidas pelo Estado.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), inclusive, já publicou um extrato de requerimento da empresa TIC Bahia Ltda que visa obter autorização para a construção e exploração de uma estrada de ferro, interligando os municípios de Salvador e Feira de Santana, pelo prazo de 99 anos. A decisão foi assinada por Alessandro Baumgartner, superintendente de Transporte Ferroviário da ANTT. Conforme o extrato, a ferrovia terá início em Salvador e terminará em Feira de Santana, e a publicação visa dar transparência ao pedido e permitir manifestações de interessados, como determina a legislação vigente.

A linha terá aproximadamente 98 quilômetros de extensão e contará com dez estações, incluindo uma em Águas Claras — ponto estratégico onde está em fase final a construção do novo terminal rodoviário integrado a ônibus, metrô e VLT. A proposta prevê ligar as duas maiores cidades da Bahia em somente 35 minutos.

A apresentação do projeto contou com a presença do deputado federal Zé Neto, além de representantes das secretarias estaduais de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Desenvolvimento Econômico (SDE) e Casa Civil, bem como de outros órgãos e empresas como a Companhia de Transportes da Bahia (CTB), BahiaInveste e a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).

GRUPO INTERSETORIAL

Criado por meio do Decreto nº 23.428, de 10 de fevereiro de 2025, o Grupo de Trabalho Intersetorial é composto por representantes de 12 órgãos do Governo do Estado, entre titulares e suplentes. O GTI é responsável por elaborar diagnósticos e propor soluções para os principais desafios logísticos da Bahia, com foco na integração multimodal, na superação de gargalos e na atração de investimentos sustentáveis. A proposta é consolidar a infraestrutura logística como um vetor estratégico para o desenvolvimento regional e o fortalecimento da economia baiana.

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