Autopeças pedem igualdade regulatória para competir com empresas asiáticas

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A invasão asiática é uma realidade no setor de autopeças, já há muito tempo. O que as empresas reclamam é a desigualdade de competição: os produtos que vêm de fora, a preços bem atrativos, não têm a mesma qualidade do produzido localmente e, muitas vezes, não seguem as mesmas regulatórias. Lafaiete Oliveira, responsável pela operação da Bridgestone no Brasil, e Ricardo Rodrigues, responsável pela operação da Aumovio no Brasil, criada a partir de spin-off da Continental, debateram o tema durante o Congresso Perspectivas e Tendências 2026, realizado por AutoData.

Em muitos casos a competição não é maçã contra maçã, mas maçã contra banana, disseram. No mercado de pneus a invasão chinesa é muito forte na reposição e, segundo Oliveira, o custo final de um pneu asiático em alguns casos chega a ser inferiorao da matéria-prima. Para ajudar a igualar essas questões, o executivo não defende a criação de barreiras tarifárias, mas sim a criação de barreiras regulatórias:

“Os produtos têm que se equivaler tecnicamente para concorrerem de forma igual no mercado. Os nossos pneus para veículos pesados são desenvolvidos e produzidos para serem recapados, pelo menos, duas vezes, como exige a legislação local, mas os pneus asiáticos não suportam nem a primeira recapagem e são vendidos no mercado de reposição”.

Rodrigues, responsável pela Aumovio no País, concordou com Oliveira, ainda que a Aumovio concorra em outro segmento do mercado: “Toda empresa nova é bem vinda no Brasil, mas precisamos que eles joguem o mesmo jogo que o nosso. Que produzam localmente, gerem empregos e sigam as mesmas regras que as empresas locais”.

No caso da Bridgestone, os efeitos negativos chegaram até a sua produção local de pneus agrícolas, que está parada porque não é possível produzir e competir com os pneus asiáticos disponíveis atualmente. Além disso, o tarifaço dos Estados Unidos atingiram os negócios da empresa no País em 2025:

“A gente investiu R$ 2 bilhões no País nos últimos anos para produzir pneus de caminhões em duas fábricas e exportar para os Estados Unidos, porém, com a taxação de 50% os pedidos ficaram suspensos. Agora, esse tipo de item deverá entrar na seção 232 e o imposto a ser pago cairá para 25%, o que ainda é alto, mas permitirá retomar os embarques”.

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