GWM acelera nacionalização, amplia rede e prepara onda de lançamentos em 2026

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A GWM entrou no fim de 2025 em um de seus momentos mais decisivos no Brasil. A marca chinesa, que já figura entre as que mais crescem no mercado nacional, está acelerando a transição de sua operação — antes majoritariamente baseada em importações — para um modelo de produção local consistente, com foco no complexo de Iracemápolis, no interior paulista. Em paralelo, aproveita incentivos federais, amplia a rede de fornecedores e prepara um pacote robusto de lançamentos para 2026.

Um dos passos mais estratégicos desse processo foi o uso da cota de 4 mil unidades CKD (veículos completamente desmontados) do híbrido Haval H6 com Imposto de Importação zerado, benefício concedido pelo MDIC no regime de cotas válido por seis meses. Embora importadora de veículos elétricos, a GWM optou por direcionar o volume ao SUV híbrido, já que sua montagem local ainda se restringe às versões eletrificadas do H6. Segundo Ricardo Bastos, diretor de Assuntos Institucionais, o governo fará um balanço das cotas não utilizadas, o que pode abrir nova janela para modelos 100% elétricos.

Paralelamente, a GWM já iniciou a montagem local do Haval H6 2026, da picape Poer P30 e do SUV de sete lugares Haval H9, todos inicialmente equipados com motor a combustão ou híbrido. A meta é clara: encerrar as importações desses três modelos em 2026, abastecendo toda a rede nacional com veículos produzidos em Iracemápolis.

O novo Haval H6 — que chega ao mercado entre R$ 223 mil e R$ 325 mil — foi profundamente adaptado ao gosto e às condições do consumidor brasileiro. Recebeu suspensão recalibrada, interface digital reorganizada e uma nova central multimídia de 14,6 polegadas com Coffee OS 3, sistema operacional desenvolvido pela própria GWM. “O H6 evoluiu em aspectos que realmente importam ao motorista brasileiro”, reforça Diego Fernandes, COO da GWM. Além disso, a engenharia nacional participou diretamente da adaptação do híbrido às características das estradas e combustíveis do País.

Apesar do avanço industrial, a chegada dos primeiros veículos realmente nacionais às lojas foi adiada para o início de 2026. “É um bom problema”, brinca Bastos. A fábrica ainda aumenta gradualmente sua cadência, e a marca decidiu importar mais um lote do H6 para não perder vendas em um momento de forte crescimento: as entregas subiram de 3,9 mil unidades em julho para 5,3 mil em outubro, impulsionadas sobretudo pelo H6, que sozinho já supera 3 mil vendas mensais.

Essa coordenação fina entre China e Brasil tem permitido uma transição mais suave: os veículos chegam ao País já configurados para o mercado local, desde o software em português até calibragens específicas para suspensão e powertrain — um nível de agilidade incomum entre montadoras tradicionais.

A produção nacional também avança em outro ponto essencial: a ampliação da base de fornecedores locais. Além de gigantes como Bosch, Continental, Goodyear, Saint-Gobain e Petronas, duas novas empresas passaram recentemente a integrar a cadeia — nomes mantidos em sigilo por razões estratégicas. A Bosch, por exemplo, já avalia produzir no Brasil a ECU utilizada nos híbridos da GWM, ampliando a nacionalização de componentes eletrônicos.

O ritmo acelerado de expansão também se reflete na rede de concessionárias. A GWM abrirá 10 novas lojas ainda em 2025, chegando a 130 pontos de atendimento. O avanço comercial acompanha o crescimento expressivo deste ano: a marca subirá cerca de 33%, alcançando 40 mil emplacamentos. Para 2026, a expectativa é atingir 50 mil unidades vendidas, sendo 30 mil montadas em Iracemápolis. A capacidade total da planta — 50 mil veículos/ano — só deve ser alcançada em 2027.

O próximo ano, aliás, promete ser agitado: a GWM prepara 12 lançamentos, entre versões novas e produtos inéditos em segmentos onde ainda não atua. Entre eles, um modelo 100% elétrico, reforçando a estratégia de diversificar o portfólio e disputar terreno com gigantes consolidadas no mercado de eletrificados.

Com incentivos pontuais, expansão industrial planejada e forte conexão com a matriz chinesa, a GWM consolida sua estratégia: crescer rápido, adaptar-se à realidade brasileira e se posicionar como uma das protagonistas da transição energética no setor automotivo. E, ao que tudo indica, 2026 será o ano em que essa virada ficará mais evidente.

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