Marinha apresenta mais dois submarinos construídos no Rio, dia 26

A Marinha do Brasil realizará, no próximo dia 26 de novembro, no Complexo Naval de Itaguaí (RJ), um dos eventos mais importantes do calendário militar de 2025. A cerimônia integra duas etapas centrais do Programa de Submarinos (PROSUB): a Mostra de Armamento do submarino Tonelero (S-42), fase que comprova a operação plena de seus sistemas de combate, e o lançamento ao mar do submarino Almirante Karam (S-43), último dos quatro submarinos convencionais (movidos por motores diesel-elétricos), construídos com base no acordo Brasil–França.

Esses marcos representam avanços industriais e operacionais significativos — o Tonelero caminha para ser incorporado ainda este ano, enquanto o Almirante Karam inicia formalmente sua etapa de testes em água, consolidando o ciclo produtivo na infraestrutura naval de Itaguaí.

A presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no evento dos novos submarinos ainda não está confirmada, embora autoridades considerem possível sua participação, como ocorreu em marcos anteriores do programa. Lula tem sido peça fundamental no histórico do PROSUB: foi sob seu governo, em 2008, que o Brasil fechou o acordo estratégico com a França para transferência de tecnologia, construção dos quatro submarinos convencionais e implantação do estaleiro e da base naval de Itaguaí — condições que permitiram ao país iniciar o projeto do seu primeiro submarino de propulsão nuclear. Até hoje, sua atuação é reconhecida como decisiva para viabilizar diplomática e financeiramente o maior investimento da história da defesa naval brasileira.

O PROSUB já consumiu, segundo estimativas recentes baseadas em valores atualizados, entre R$ 35 bilhões e R$ 45 bilhões, incluindo a construção dos submarinos convencionais, da infraestrutura industrial e da base naval, além das fases preliminares do submarino nuclear. Os dois primeiros submarinos convencionais — Riachuelo e Humaitá — já foram entregues; o Tonelero deve ser incorporado até o fim de 2025 e o Almirante Karam, lançado neste mês, tem entrega prevista para 2026, desde que não haja novos contingenciamentos orçamentários. Paralelamente, a Marinha mantém negociações técnicas e industriais com a França, que já resultaram na assinatura de contratos adicionais somando € 528 milhões (cerca de R$ 3,24 bilhões) destinados ao desenvolvimento do futuro submarino de propulsão nuclear.

Programa de submarinos continua agora com o movido por energia nuclear

É nesse projeto que estão concentrados os próximos passos do PROSUB, a realização do Submarino Nuclear Convencionalmente Armado (SNCA) Álvaro Alberto, cuja construção física já começou com a qualificação industrial do estaleiro e que deverá demandar mais R$ 25 bilhões. A entrega do submarino está prevista para 2033, o que deve colocar o Brasil como um dos raríssimos países em condições de desenvolver um casco nuclear com tecnologia própria — e o único, ao lado da Austrália, a fazê-lo sem possuir armas atômicas.

Para a Marinha, trata-se do principal instrumento de dissuasão para a proteção da Amazônia Azul, a região do Atlântico em que o Brasil tem direito à exploração econômica. O evento de 26 de novembro sintetiza essa trajetória: marca a conclusão da etapa convencional do PROSUB e o avanço decisivo rumo à era nuclear da força de submarinos brasileira.

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