O escoamento de cargas pelo Porto de Santos deve passar por uma transformação significativa com a previsão de um investimento bilionário destinado a ampliar a malha ferroviária que conecta diferentes regiões ao maior porto da América Latina. O aporte, estimado em R$ 3,8 bilhões, busca aumentar a capacidade operacional da rede, reduzir gargalos logísticos e tornar o fluxo de mercadorias mais eficiente, especialmente no transporte de longa distância.
A modernização da infraestrutura ferroviária é vista como fundamental para garantir competitividade e sustentabilidade ao porto. O incremento no uso do trem pode reduzir custos, diminuir a dependência do transporte rodoviário e melhorar o desempenho ambiental das operações portuárias, beneficiando diversos setores produtivos.
Apesar do avanço previsto na malha externa, a ferrovia interna do Porto de Santos enfrenta um cenário de estagnação. O chamamento público aberto para ampliar o quadro de participantes da sociedade responsável por essa ferrovia não atraiu interessados. A expectativa era formar uma governança mais ampla para administrar, operar e manter a rede interna, que é essencial para o tráfego de trens entre pátios e terminais dentro do complexo portuário.
A ausência de propostas acende um alerta sobre os desafios da malha interna, que, mesmo sendo estratégica, parece não apresentar atratividade suficiente para novos investidores no modelo atual. Especialistas avaliam que, para que o Porto de Santos se beneficie plenamente dos investimentos previstos na malha externa, será necessário encontrar soluções que fortaleçam também a estrutura ferroviária interna.
Enquanto o investimento bilionário projeta um futuro promissor de maior eficiência logística, o impasse na ferrovia interna revela que ainda existem obstáculos a serem superados para que o porto alcance todo o seu potencial de integração ferroviária.