Durante sua participação no LIDE Brasil Itália Fórum em Roma, na terça-feira (25), Kennedy Alencar, diretor de Relações Institucionais da Vale, destacou a importância da mineração legal como um pilar fundamental para a transição energética e o combate às mudanças climáticas. Alencar enfatizou que o Brasil tem um papel crucial no fornecimento de minerais essenciais para a economia verde, como cobre, lítio e níquel, e que a mineração responsável deve ser vista como parte da solução para uma economia mais sustentável.
Mineração responsável e desenvolvimento local
Ao discutir o papel da mineração no desenvolvimento sustentável, Kennedy Alencar lembrou que as minas estão localizadas no Brasil, não em outros planetas. “A gente não vai levar as minas para Marte, para a Lua; as minas estão no Brasil”, declarou.
Para ele, a mineração legal e responsável não só garante a oferta de insumos essenciais para tecnologias de baixo carbono, mas também promove o desenvolvimento das regiões onde a Vale opera. Alencar ressaltou que a atividade mineradora precisa ser conduzida com rigor ambiental, segurança e compromisso social para garantir um futuro mais verde e sustentável.
Como exemplo positivo, ele mencionou a operação da Vale em Carajás, no Pará, que mantém 97% da floresta amazônica preservada nas áreas onde a empresa realiza suas atividades. “A mineração não pode ser um fim em si mesma”, afirmou, defendendo que a mineração deve gerar benefícios para as comunidades locais e ser realizada de forma ética e responsável.
Ele ainda lembrou que, após os trágicos acidentes de Mariana e Brumadinho, a Vale passou a adotar padrões ainda mais elevados de segurança e sustentabilidade.
O Brasil como líder na transição energética
Alencar também abordou o papel estratégico do Brasil na transição energética global. Ele destacou que minerais críticos, como cobre, lítio e níquel, são essenciais para tecnologias como veículos elétricos, baterias e aço de baixo carbono, setores-chave para o futuro de uma economia verde. Segundo ele, a demanda por esses minerais deve triplicar até 2030, o que coloca o Brasil em uma posição privilegiada para liderar esse movimento global.
A Vale, como líder no setor, está investindo em tecnologias inovadoras, como o projeto Aço Verde, que visa a produção de aço com hidrogênio verde. Para Alencar, a mudança para uma economia baseada em energias limpas exigirá a adoção de práticas mineradoras responsáveis. “Se quisermos uma economia realmente verde, vamos ter que abraçar a mineração legal e responsável”, afirmou.
Conectando clima e desigualdade
Por fim, Alencar também abordou a interconexão entre mudanças climáticas e desigualdade social. Segundo ele, as populações mais vulneráveis são as que mais sofrem com os impactos das mudanças climáticas, como ondas de calor, inundações e tragédias ambientais. Nesse contexto, ele afirmou que a solução para uma política climática eficaz passa necessariamente pela redução das desigualdades sociais.
O diretor da Vale elogiou a pauta de combate à desigualdade social defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mencionou ações da empresa em territórios mineradores, como a parceria com a Fundação Getúlio Vargas em Parauapebas (PA) para apoiar políticas públicas voltadas ao saneamento. Além disso, destacou o recente acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para repasse de 33 mil hectares para reforma agrária, reforçando o compromisso da Vale com o desenvolvimento social e sustentável das regiões onde atua.