A câmara de deputados de Mendoza aprovou a declaração de impacto ambiental (DIA) do projeto PSJ Cobre de US$559 milhões (mi), um respaldo histórico à mineração na província de Argentina, embora exista oposição social e a decisão final dependa do Senado local.
Com 32 votos a favor e 13 contra, a iniciativa de mineração alcançou um apoio legislativo não visto em mais de dez anos em Mendoza. Seus defensores destacam a possibilidade de fortalecer a economia local por meio de um desenvolvimento alinhado com padrões ambientais.
PSJ aponta a produzir em média anual 40.000t de cobre e 40.000 onças de ouro, a partir de uma mina a céu aberto que terá uma vida útil de 16 anos. Considera-se uma oportunidade para o possível reinício da mineração cuprífera na nação, após o fechamento de Bajo de la Alumbrera em 2018, depois de mais de duas décadas de atividade.
No entanto, organizações socioambientais questionaram o projeto pela proteção da água e regalias consideradas insuficientes. O Senado deverá agora decidir se ratifica PSJ, uma resolução que se espera para o início de dezembro.
Em 2011 PSJ – conhecido como San Jorge – havia sido rejeitado, mas os novos documentos técnicos conseguiram a aceitação dentro de um pacote de mineração que inclui um fundo de compensação ambiental, um novo esquema de royalties e a ratificação das DIAs vinculadas a iniciativas de exploração no distrito de mineração Ocidental II de Malargüe.
PSJ, pertencente à Minera San Jorge, uma empresa integrada pela suíça Zonda Metals e pela argentina Alberdi Energy, é o primeiro projeto de exploração metalífera a receber aval legislativo em Mendoza desde a entrada em vigor da Lei 7.722 em 2007.
Esta lei exige que as DIAs de projetos mineiros sejam autorizados por deputados e senadores da província, além de proibir o uso de substâncias como cianeto, mercúrio e ácido sulfúrico, entre outros compostos.
PSJ Cobre contempla um processo de flotação com reagentes permitidos pela normativa, segundo seu informe técnico.
Localizado na zona de Uspallata, no departamento de Las Heras, entre 2.400 e 2.900 metros acima do nível do mar, PSJ prevê dois anos de construção, com 3.900 empregos projetados para essa fase e 2.400 para a operação, entre diretos e indiretos.
O processo de avaliação foi considerado inédito por sua ampla participação social. Segundo Minera San Jorge, envolveu uma centena de profissionais, 16 organismos setoriais e técnicos, além da comissão avaliadora interdisciplinar ambiental mineira.
Também se realizaram workshops abertos, uma audiência pública e diálogos permanentes com instituições e organizações. A autorização ambiental definitiva ficará concedida uma vez cumprida sua ratificação total pela legislatura, conforme as leis 7.722, 5.961 e 9.003, entre outros decretos.