Thyssen inicia cortes, negocia reestruturação na divisão de aço e abre caminho para possível venda

A unidade siderúrgica da Thyssenkrupp começará a implementar de imediato cortes de pessoal e redução de capacidades, preparando o terreno para a possibilidade de venda da área que passa por dificuldades.

O acordo foi fechado após a Thyssenkrupp finalizar um plano de financiamento para sua unidade siderúrgica até o fim da década e acertar com os sindicatos um processo de reestruturação. Isso inclui apoio para montar uma usina siderúrgica verde em sua instalação principal, em Duisburg.

A executiva-chefe da unidade, Marie Jaroni, disse que a direção e os trabalhadores conseguiram “cortar o nó górdio para que possamos tornar a Thyssenkrupp Steel preparada para o futuro”. Segundo a empresa, as duas partes concordaram em manter os termos “confidenciais”.

A divisão de siderurgia da Thyssenkrupp é uma das maiores da Europa, e o conglomerado tinha explorado a possibilidade de vender metade dela ao bilionário tcheco Daniel Kretínský. No ano passado, o grupo de Kretínský, EP Corporate, adquiriu uma participação inicial de 20% na unidade, mas desistiu dos planos de ampliar esse porcentual depois que o magnata indiano Naveen Jindal apresentou uma oferta concorrente em setembro. Jindal continua a fazer a diligência devida na empresa.

“Neste momento, estamos engajados em discussões construtivas com a Jindal Steel – e concentrados em uma diligência prévia detalhada”, informou a Thyssenkrupp. A empresa acrescentou que as negociações formarão “a base para quaisquer possíveis próximos passos”.

Há um ano, a Thyssenkrupp apresentou um plano para reduzir a produção de aço em algo entre 8,7 milhões e 9 milhões de toneladas e cortar o número de funcionários em suas fábricas em 40%, o equivalente a 11 mil empregos, em uma tentativa de deixar a unidade em uma base sólida e estável.

O conglomerado, que tem sede em Essen, está em meio a um longo processo de reestruturação, que tem como objetivo desmembrar suas cinco divisões principais em empresas separadas e transformar a Thyssenkrupp em uma holding.

No início deste ano, aproveitando o entusiasmo pelas ações do setor de defesa, a Thyssenkrupp desmembrou sua divisão marítima, a TKMS, com uma listagem separada na Bolsa de Valores de Frankfurt.

Mas o grupo enfrenta mais dificuldades para encontrar uma solução de longo prazo para sua divisão siderúrgica, que tem de lidar com a baixa demanda em seus principais mercados, os altos custos da energia e uma enxurrada de importações baratas da Ásia.

Passivos consideráveis com pensões e aposentadorias, que somam cerca de 2,7 bilhões de euros, também se mostraram um grande empecilho para possíveis compradores, segundo analistas.

Os desafios com que a divisão siderúrgica se defronta obrigaram a Thyssenkrupp a reduzir seu valor em 1 bilhão de euros no ano passado, na sequência de outra desvalorização de 2,1 bilhões de euros em 2023.

A Thyssenkrupp apresentará seus resultados financeiros do ano completo em 9 de dezembro. Nos primeiros nove meses de seu ano fiscal – até o fim de junho de 2025 –, a unidade siderúrgica registrou uma queda nas encomendas de pouco mais de 10%, para 7,3 bilhões de euros, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

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