A expansão da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), localizada no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, surge como um importante catalisador para antigos projetos de infraestrutura no Nordeste, especialmente o trecho ferroviário da Transnordestina que ligaria Salgueiro ao litoral pernambucano. O investimento previsto, da ordem de R$ 12 bilhões, reacende a esperança de integração logística entre o interior produtor e o Porto de Suape.
Com a implantação de uma segunda linha de produção, conhecida como “trem 2”, a refinaria deverá alcançar capacidade de processamento de até 260 mil barris de petróleo por dia até 2029. Isso representa um salto significativo na produção de derivados, em especial o diesel, ampliando a relevância da planta no abastecimento nacional.
A nova capacidade produtiva também deve impulsionar a estrutura de Suape, que já se destaca como um dos principais polos energéticos do país. Estão previstos investimentos adicionais em dutos, tanques de armazenamento, terminais de combustíveis e estruturas para movimentação de cargas, o que amplia o protagonismo do porto na logística nacional.
Integração com a ferrovia
Durante o anúncio da ampliação do projeto, reforçou-se o interesse em conectar a refinaria a uma rede ferroviária eficiente. A proposta é viabilizar, por meio de parceria entre setor público e privado, a conclusão do trecho da Transnordestina até Suape. A ideia é permitir tanto o transporte de combustíveis para o interior quanto o escoamento de grãos provenientes da região do Matopiba em direção ao litoral.
Essa ligação ferroviária ampliaria a competitividade de diversas cadeias produtivas e transformaria Pernambuco em um importante hub logístico do Nordeste, conectando diferentes modais e encurtando distâncias entre produção e exportação.
Geração de empregos e energia limpa
As obras do “trem 2” já impactam de forma direta o mercado de trabalho. Atualmente, milhares de pessoas estão envolvidas no projeto, e a expectativa é de um forte aumento no número de empregos durante o pico das obras, previsto para 2026.
Outro destaque é a implantação de uma usina solar fotovoltaica associada ao complexo, com capacidade de 12 MW. O projeto busca reduzir a dependência do gás natural no processo de refino, contribuindo para uma operação mais eficiente e sustentável.
Perspectivas
Para que o impacto dos investimentos se consolide no desenvolvimento regional, será fundamental que a expansão não se limite à refinaria, mas se conecte a um sistema logístico robusto. A conclusão do trecho da Transnordestina até Suape aparece, nesse contexto, como peça-chave para transformar a região em um eixo estratégico nacional de energia, infraestrutura e exportação.