‘Não vai ser prorrogado o contrato com a Rumo’, diz ministro dos Transportes sobre ferrovias do Sul

Claramente por dentro dos anseios e das necessidades das ferrovias do Rio Grande do Sul, o ministro dos Transportes, Renan Filho, detalhou como pretende que seja a concessão da Malha Sul. Confira trechos da entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.

Por que o transporte ferroviário avança no país e mingua no Sul?

O Rio Grande do Sul tem uma topografia bastante complexa em algumas regiões, especialmente a ligação da Serra e do Norte com a Capital e a Região da Produção. Hoje, ela fica mais a oeste e noroeste do Estado e essa produção precisa se ligar ao porto de Rio Grande. Qual é o problema das ferrovias existentes? Elas cortam as cidades e há dificuldade nos Estados onde são mais antigas. Em Estados novos, as ferrovias crescem mais, como no Nordeste, no Mato Grosso, no Tocantins, justamente porque lá há uma área produtiva e os trilhos não existiam antes. Então, estão sendo traçados exatamente no local mais eficiente.

E o que espera do novo leilão da Malha Sul?

Concluiremos em janeiro o projeto para decidir se as malhas serão licitadas separadamente, que você chama de fatiamento, ou conjuntamente. Tem Estado com um nível de viabilidade maior do que outro. A decisão será nacional. Lançamos agora o programa considerando três projetos para o Sul, que podem ser um só. Mas certamente o Brasil precisa voltar a investir em ferrovias.

Terá contrapartida de dinheiro público?

Estamos estudando para dialogar com o Estado e verificar como a ferrovia pode ser viável. Poderá, sim, ter aporte público, mas obviamente são limitados no Brasil. No mundo, as ferrovias são construídas com recursos públicos, mas o Brasil tem um modelo de equilíbrio que não privilegia o investimento. Com o presidente Lula, mais do que triplicamos o investimento do Ministério dos Transportes. Mesmo assim, há necessidade de mais recursos. Precisaria criar um banco de projetos e o país buscar fontes de financiamento alternativas ao próprio fluxo de caixa de arrecadação de tributos e outras despesas do governo.

Como atrair empresas?

Nosso plano ferroviário tem tido um grande interesse. Acreditamos que, com aportes, podemos levar adiante todas aquelas ferrovias, inclusive modernizando. Após a enchente, eu mesmo estive no Rio Grande do Sul e fiz um estudo para um aporte fora do teto de gastos, mas as fontes sempre são limitadas e teremos que buscar no próprio Ministério dos Transportes para garantir o funcionamento da malha, há muito tempo sem investimento.

Será prorrogado o contrato com a Rumo?

Não, não vai ser prorrogado. A ideia é licitar e encontrar alguém que possa fazer um volume de investimento superior ao que a Rumo vem fazendo.

Nem no espaço entre o fim da concessão e a próxima empresa estar apta a assumir?

Podemos avaliar, mas o ideal é fazer a concessão o quanto antes para este período ser o menor possível ou inexistente.

– Ouça a entrevista completa aqui

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