A bioconstrução surge como uma resposta promissora aos graves impactos ambientais da construção civil na capital paulista, conforme detalhado no documentário Areia Viva: Bioconstruindo o Futuro. Produzido por Fernanda Franco, Henrique Giacomin e Amanda Nascimento, alunos da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, no âmbito do programa Repórter do Futuro, o vídeo aborda o emprego de um modelo construtivo que utiliza materiais de baixo impacto ecológico, mostrando a contribuição do setor para minimizar as mudanças climáticas. O projeto Repórter do Futuro é uma parceria entre a Oboré Projetos Especiais e a Câmara Municipal de São Paulo, e os episódios vão ao ar todas as segundas-feiras, às 16h30, na Rede Câmara SP e no YouTube. Assista ao vídeo neste link (começa aos 7min40seg).
Método sustentável que busca a harmonia com o meio ambiente através do uso de técnicas e insumos como terra crua, bambu, palha e madeira de reflorestamento, a bioconstrução valoriza saberes tradicionais e promove eficiência energética. Além de reduzir a geração de resíduos e a emissão de poluentes, o método cria espaços mais saudáveis. O foco da reportagem é a comuna Terra Irmã Aberta, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), no bairro de Perus, onde professores da Escola Politécnica (Poli) e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e de Design (FAU) da USP coordenam a construção de uma casa-modelo de adobe de 25 m².
Segundo o professor Chico Barros, da FAU, a expectativa é que, com a regularização do terreno, esse modelo sirva de base para as moradias das famílias. Fernanda destaca que o diferencial da casa é o uso de materiais agroecológicos retirados do próprio local, como a terra para o tijolo de adobe. Enquanto ela se impressionou com a necessidade de mudança na mentalidade de consumo, Giacomin enfatizou o resgate da prática tradicional na confecção do tijolo de adobe.
“O que mais impressionou é o resgate de uma coisa que é tradicional, a gente pensa num tipo de adobe na bioconstrução mas é uma coisa que os seres humanos fazem há muito mais tempo do que parece. Então foi muito legal poder ver os alunos produzindo os tijolos. Eles estão lá para aprender e o pessoal da comuna fica feliz com a presença dos estudantes lá. Também foram pesquisadores da França, no dia de construir a casa modelo”, destaca Giacomin no programa que apresentou o vídeo. “Então o que mais impressionou foi essa união de um saber mais antigo e gente que está aprendendo isso agora na faculdade”, conclui.
Repórter do Futuro
O Projeto Repórter do Futuro é uma criação da Oboré, uma cooperativa fundada em 1978 para dar suporte de comunicação a movimentos sociais e sindicatos durante a ditadura militar. É um projeto de jornalismo em formato de laboratório, que oferece aos estudantes de comunicação a oportunidade de produzir reportagens sobre temas relevantes para a cidade de São Paulo, contando com parcerias como a ECA-USP e a Rede Câmara.
Além de seu trabalho histórico com o movimento sindical, a Oboré mantém projetos educativos como o Projeto Repórter do Futuro, que oferece formação em jornalismo para estudantes universitários e realiza cursos de capacitação e oficinas de comunicação. A cooperativa também produz conteúdo para rádio e desenvolve projetos em parceria com outras instituições.
Veja abaixo o programa com entrevistas com os estudantes da ECA-USP e o vídeo do projeto aos 7min40seg: