Preços do aço caem na China após forte recuo no carvão coque: HRC e vergalhão recuam apesar de melhora nas exportações

Os preços do aço na China iniciaram a semana em queda, acompanhando a forte desvalorização nos contratos futuros de matérias-primas siderúrgicas, especialmente o carvão coque. Nesta segunda-feira, 8 de dezembro, tanto as bobinas laminadas a quente (HRC) quanto os vergalhões (rebar) registraram recuos, em um movimento generalizado que afeta todo o setor siderúrgico chinês.

A pressão baixista ocorre apesar de um avanço nas exportações de aço em novembro e de novos compromissos anunciados por Pequim para apoiar a economia. Ainda assim, o mercado segue dominado por preocupações com excesso de oferta e demanda interna enfraquecida.

Queda forte no carvão coque puxa mercado para baixo

O movimento começou nas bolsas de futuros. O contrato mais negociado de carvão coque na Dalian Commodity Exchange despencou 4,08% em relação ao fechamento da última sexta-feira, caindo para 1.093,5 yuans (US$155) por tonelada. Segundo fontes do mercado, traders e analistas repercutem dois fatores principais:

aumento da oferta de carvão vindo da Mongólia, pressionando preços;

desaceleração sazonal da demanda das siderúrgicas chinesas.

O choque negativo também atingiu outros insumos da cadeia do aço, como minério de ferro e coque, além dos próprios futuros de HRC e vergalhão.

HRC: preços domésticos e de exportação recuam

No mercado interno, o HRC doméstico ex-whs no Leste da China fechou a 3.280-3.290 yuans por tonelada, queda de 20 yuans em relação à sexta-feira anterior. A baixa nos futuros esfriou completamente a demanda, deixando compradores à margem e reduzindo o volume de negociações, relataram traders.

No mercado externo, o índice de exportação para HRC FOB China caiu US$3,27, chegando a US$456,20 por tonelada.

Diante da fraqueza persistente, algumas siderúrgicas — principalmente usinas privadas de menor porte — reduziram suas ofertas para US$460-468 FOB, frente aos US$465-470 FOB da semana anterior. Para cargas isentas de IVA, ofertas ainda mais baixas foram reportadas, em US$448-453 FOB, praticamente estáveis em relação ao final da semana passada.

Grandes siderúrgicas, especialmente estatais, optaram por não atualizar suas ofertas, após terem trabalhado recentemente com base de US$465-490 FOB.

Aço de baixa emissão também recua

O segmento de aço plano de “emissões reduzidas” — parte da agenda de descarbonização da indústria siderúrgica — também recuou. A avaliação diária ficou entre 3.280-3.790 yuans por tonelada, 20 yuans abaixo da referência anterior.

O prêmio sobre o aço produzido por via tradicional permanece entre 0-500 yuans por tonelada, indicando que a demanda por produtos “verdes” também enfrenta resistência em meio ao ambiente econômico fraco.

Analistas: preços já estão baixos, mas fraqueza deve persistir

Um analista consultado pelo mercado chinês afirmou que a combinação entre demanda fraca e oferta relativamente estável deve continuar pressionando os preços:

“A demanda enfraquecida e a pouca redução na produção de HRC devem manter os preços sob pressão no curto prazo. No entanto, os preços já estão em níveis relativamente baixos, o que limita novas quedas significativas.”

O contrato de HRC mais negociado na Bolsa de Xangai (SHFE) fechou o dia em 3.291 yuans por tonelada, queda de 29 yuans.

Vergalhão: queda estimula compras pontuais

O mercado de vergalhão (rebar) também sentiu o impacto da queda no minério de ferro e no carvão coque. O contrato de minério de ferro para maio na DCE terminou o pregão a 760,50 yuans por tonelada, enquanto o carvão coque caiu para 1.093,50 yuans, recuando mais de 90 yuans na comparação semanal.

Com isso, o vergalhão doméstico no Leste da China foi avaliado a 3.100-3.120 yuans por tonelada, queda de 40 yuans.

Mas, ao contrário do HRC, a queda atraiu compradores. Segundo um trader de Xangai:

“A queda de preços atraiu mais compradores. Alguns usuários finais aproveitaram para reforçar o estoque para alguns dias, enquanto traders repuseram cargas vendidas a descoberto nas semanas anteriores.”

O billet — importante referência para a formação de preços — também caiu, sendo avaliado a 2.960 yuans por tonelada em Tangshan, com queda de 30 yuans.

O contrato de vergalhão na SHFE fechou a 3.123 yuans por tonelada, 34 yuans abaixo do fechamento anterior.

Perspectivas: otimismo limitado apesar do apoio governamental

O anúncio do Politburo, prometendo políticas fiscais mais “proativas” e uma política monetária “moderadamente frouxa” em 2025, trouxe algum alívio psicológico ao mercado. As exportações de aço também subiram em novembro, alcançando 9,98 milhões de toneladas, alta de 2% frente a outubro.

Ainda assim, o sentimento no mercado é de cautela. O suporte macroeconômico pode ajudar, mas o desequilíbrio entre oferta e demanda na cadeia do aço — agravado pela queda das matérias-primas — deve manter o mercado volátil nas próximas semanas.

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