Tarifaço pode tirar quase US$ 1 bilhão do RS em 2026, aponta cálculo da Fiergs

Em dezembro, é comum que entidades de diversos setores realizem balanços e apresentações sobre o ano que se encerra, além de projetar como deve ser o período seguinte. Ontem, foi a vez da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) abrir suas contas e projeções.

Chamou atenção da coluna o cálculo da entidade que estima que, em 2026, o RS exportará cerca de US$ 1,1 bilhão para os Estados Unidos. A conta já leva em consideração o cenário com as atuais tarifas da novela com Donald Trump, após o americano retirar as taxas sobre alimentos como carne, café e frutas.

Sem o tarifaço, o número poderia chegar a US$ 2 bilhões. A diferença empurra a conta para uma perda estimada em US$ 905,7 milhões.

Giovanni Baggio, economista-chefe da entidade, relembrou que a indústria gaúcha já acumula quatro meses de quedas pesadas nas vendas para o mercado americano. Agosto, setembro, outubro e novembro formam um quadrimestre de retração que custou cerca de US$ 252 milhões se comparado ao mesmo período do ano anterior. Os cortes atingem os setores de tabaco, metal, madeira, máquinas/equipamentos e couro/calçados.

Um ponto levantado pelo economista foi que, mesmo quando houve alívio nas taxações, isso ocorreu apenas onde interessava aos americanos. Nenhuma contrapartida, nenhum avanço negociado pelo lado brasileiro.

Entidade insiste em atuação do governo federal

– Acredito que as flexibilizações recentes foram mais pela ótica americana, no sentido do que afetava a inflação deles. Agora, a negociação dos produtos que a gente produz aqui é um terreno mais difícil, e a gente precisa muito, sim, do governo federal atuando nas negociações – avalia.

A retirada das taxas seguirá sendo uma das bandeiras da entidade, conforme Baggio, que também afirmou que a federação segue pressionando o governo federal para que a situação se encaminhe.

Pressão por fundo

Ainda na apresentação dos resultados da Fiergs, o presidente, Claudio Bier, reforçou a necessidade de criação de um fundo constitucional para Sul e Sudeste, que as demais regiões do país acessam desde os anos 1980. Segundo ele, essa é uma das pautas que a federação está levantando. Com acesso ao fundo, Bier disse que a prioridade deveria ser recuperar a malha ferroviária gaúcha, tema que a coluna vem tratando há um bom tempo.

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