Maior siderúrgica da Europa não está resistindo à pressão asiática

A maior siderúrgica da Europa, a Thyssenkrupp, suspenderá a produção de aço em duas unidades por cerca de duas semanas devido à concorrência asiática, informou a empresa alemã nesta quinta-feira (11/12), enquanto a União Europeia considera endurecer suas tarifas sobre o aço.

Unidades especializadas em Gelsenkirchen, no oeste da Alemanha, e em Isbergues, no norte da França, que fabricam aço de alta qualidade, fecharão de meados de dezembro até o final do ano, comunicou a subsidiária de aço da Thyssenkrupp.

A unidade francesa operará ainda com apenas metade da capacidade por pelo menos quatro meses a partir de janeiro, acrescentou.

As medidas foram uma resposta “a um aumento maciço de importações de baixo preço, particularmente da Ásia”, disse a Thyssenkrupp Steel Europe. “Esses acontecimentos levaram a uma mudança dramática nos volumes de pedidos e, consequentemente, a uma subutilização significativa da capacidade nas instalações de produção europeias.”

Castigada por custos de energia exorbitantes e pela concorrência asiática mais barata, a indústria siderúrgica da Alemanha encontra-se imersa em uma crise profunda há vários anos.

A Thyssenkrupp Steel Europe declarou em novembro do ano passado que buscaria cortar ou terceirizar 11.000 empregos até 2030 — cerca de 40% de sua força de trabalho — e reduzir a capacidade de produção para cerca de nove milhões de toneladas por ano, ante 11,5 milhões.

Seguindo a cartilha do presidente dos EUA, Donald Trump, para proteger a indústria do bloco que enfrenta dificuldades contra as importações chinesas baratas, a UE apresentou em outubro planos para dobrar as tarifas sobre o aço estrangeiro e reduzir a quantidade permitida de entrada isenta de impostos.

“A rápida implementação de medidas de proteção comercial eficientes e apropriadas em nível europeu ajudaria a aumentar a utilização da capacidade em ambas as unidades de volta a um nível sustentável”, afirmou a Thyssenkrupp Steel Europe, acrescentando que cerca de 1.200 pessoas trabalham nos dois locais.

O grupo Thyssenkrupp informou na terça-feira que espera registrar um prejuízo de até 800 milhões de euros (US$ 932 milhões – R$ 5,1 bilhões) no próximo ano, impulsionado em grande parte pelos custos de reestruturação de sua divisão de aço.

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